Explorando os Ambientes Geológicos
Os ambientes geológicos são regiões da Terra onde ocorrem processos físicos, químicos e biológicos que moldam o relevo, formam rochas e influenciam o clima. Cada ambiente possui características próprias, determinadas por fatores como tectônica, clima, energia disponível e composição das rochas.
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Vamos explorar os Ambientes Geológicos:
1. Ambiente Vulcânico
Características: Associado à atividade magmática, com presença de vulcões, fissuras na crosta terrestre e lavas.
Energia predominante: Energia térmica interna da Terra (geotérmica).
Fatores climáticos: Podem variar, mas a presença de vulcões pode influenciar o clima local e global (ex: emissão de gases e partículas).
Rochas geradas: Rochas ígneas extrusivas como basalto, andesito e riolito.
2. Ambiente Orogênico (Montanhoso)
Características: Formado por colisão de placas tectônicas, gerando cadeias de montanhas.
Energia predominante: Energia tectônica (compressão e deformação).
Fatores climáticos: Clima varia com altitude; pode gerar microclimas e influenciar padrões de chuva.
Rochas geradas: Rochas metamórficas (ex; gnaisse, xisto) e ígneas intrusivas (ex: granito) e extrusivas (ex: andesitos).
3. Ambiente Desértico
Características: Clima árido, pouca vegetação, forte erosão eólica.
Energia predominante: Energia solar e eólica.
Fatores climáticos: Altas amplitudes térmicas entre o dia e a noite, baixa umidade, ventos intensos.
Rochas geradas: Arenito, conglomerado e depósitos evaporíticos (gipsita, halita).
4. Ambiente Marinho
Características: Inclui plataformas continentais, taludes e bacias oceânicas.
Energia predominante: Energia das correntes marinhas, correntes turbidíticas, ondas e marés.
Fatores climáticos: Influenciado por temperatura da água, salinidade e circulação oceânica.
Rochas geradas: Rochas sedimentares como calcário, dolomito, turbidito e folhelho.
5. Ambiente Fluvial
Características: Presença de rios, seus sistemas de drenagem e deltas.
Energia predominante: Energia hidráulica (movimento da água).
Fatores climáticos: Dependente da precipitação e do relevo de cada região e pode variar ao longo do curso de rios mais longos.
Rochas geradas: Arenito, siltito e conglomerado.
6. Ambiente Lacustre (Lagos)
Características: Deposição de sedimentos finos em áreas de baixa energia.
Energia predominante: Energia hidráulica suave, gravitacional.
Fatores climáticos: Clima influencia evaporação e aporte de sedimentos.
Rochas geradas: Folhelho, siltito, calcário micrítico (massas finas e homogêneas).
7. Ambiente Glacial
Características: Regiões cobertas por gelo, com ação erosiva intensa.
Energia predominante: Energia gravitacional, mecânica (abrasão) e térmica (derretimento).
Fatores climáticos: Clima polar ou de altas montanhas, com temperaturas muito baixas.
Rochas geradas: Tillito (sedimento glacial consolidado), varvito.
Interação entre Energia, Clima e Rocha:
A formação das rochas depende diretamente da energia disponível (tectônica, térmica, hidráulica, eólica, etc.) e das condições climáticas. Ambientes com alta energia tendem a gerar rochas mais grosseiras (como conglomerados), enquanto ambientes de baixa energia favorecem a deposição de sedimentos finos (como argilitos e folhelhos). O clima também influencia o tipo de intemperismo, a vegetação e a taxa de erosão.
Cada ambiente geológico é como um palco onde diferentes forças da natureza atuam, moldando a paisagem e criando os materiais que compõem a crosta terrestre.
Interconexão dos Ambientes Geológicos: Uma Rede de Processos Naturais
Os ambientes geológicos da Terra — vulcânicos, orogênicos, desérticos, marinhos, fluviais, lacustres e glaciais — formam um sistema integrado, onde cada um influencia e é influenciado pelos demais. Essa interdependência é resultado da contínua circulação de matéria e energia no planeta, moldando paisagens, formando rochas e sustentando ecossistemas.
Ciclo das Rochas: O Elo entre os Ambientes
O ciclo das rochas é o principal mecanismo que conecta os ambientes geológicos. Ele mostra como uma rocha pode se transformar em outra, dependendo das condições ambientais:
Rochas ígneas formadas em ambientes vulcânicos podem ser erodidas em ambientes fluviais ou desérticos.
Esses sedimentos são transportados e depositados em ambientes fluviais, marinhos ou lacustres, formando rochas sedimentares.
Com o tempo e sob pressão e temperatura elevadas em ambientes orogênicos, essas rochas podem se transformar em rochas metamórficas.
E, se fundidas novamente, reiniciam o ciclo como rochas ígneas.
Aprenda mais sobre o Ciclo das Rochas.
🌋↔️🌊 Relação Vulcânica-Marinha
A atividade vulcânica submarina nas dorsais oceânicas contribui para a formação do fundo dos oceanos.
Os sedimentos gerados por erupções podem ser transportados por correntes marinhas e depositados nos ambientes marinhos.
A interação entre magma e água também influencia a composição química dos oceanos.
🏔️↔️🏞️↔️🌊 Interdependência Orogênica-Fluvial-Marinha
Montanhas formadas por processos orogênicos são fontes de sedimentos para rios.
Os rios transportam esses materiais até os oceanos, alimentando a sedimentação ao longo de seu curso e em ambientes marinhos, com sedimentos que formarão novas rochas.
A erosão das montanhas depende do clima e da vegetação, que por sua vez são influenciados por fatores globais como circulação oceânica.
🏜️↔️🏞️↔️❄️ Conexão Desértica-Fluvial-Glacial
Ambientes glaciais moldam o relevo e influenciam o clima global, afetando a formação de desertos.
Os desertos, apesar de áridos, podem ser atravessados por rios intermitentes que transportam sedimentos para lagos ou mares interiores.
O derretimento de geleiras alimenta rios que atravessam diversos ambientes, conectando zonas frias e quentes.
🏞️↔️🌅↔️🌊 Ambientes Fluviais, Lacustres e Marinhos
Lagos funcionam como reservatórios intermediários entre rios e oceanos.
Sedimentos finos depositados em lagos podem ser posteriormente transportados para o mar.
A biodiversidade e os ciclos biogeoquímicos desses ambientes estão interligados, influenciando a formação de rochas orgânicas como turfa e calcário.
Um Sistema Integrado e Dinâmico
A Terra funciona como um sistema fechado em termos de matéria e aberto em termos de energia. Isso significa que:
A energia solar impulsiona o intemperismo, a erosão e o transporte de sedimentos.
A energia interna da Terra movimenta placas tectônicas, alimenta vulcões e forma montanhas.
Os fatores climáticos regulam a velocidade dos processos erosivos e influenciam nos tipos de rochas que se formarão.
Os ambientes geológicos são como engrenagens de uma máquina complexa: cada um cumpre uma função essencial, mas só faz sentido em conjunto com os demais. Entender essa interdependência é fundamental para compreender a evolução do planeta, prever riscos naturais e explorar recursos minerais de forma responsável.
📚 Bibliografia indicada sobre Ambientes Geológicos em geral:
📗 Marshak, S. – 2019
Título: Earth: Portrait of a Planet
Editora: W.W. Norton & Company
Edição: 6ª edição
Páginas: 784 p.
Obra abrangente que explora todos os ambientes geológicos da Terra com diagramas e fotografias impressionantes.
📘 Plummer, C.; Carlson, D.; Hammersley, L. – 2020
Título: Physical Geology
Editora: McGraw-Hill Education
Edição: 15ª edição
Páginas: 672 p.
Livro clássico sobre ambientes geológicos físicos, tectônica de placas, vulcanismo, sedimentação e erosão.
📙 Press, F.; Siever, R. – 2000
Título: Understanding Earth
Editora: W.H. Freeman
Edição: 3ª edição
Páginas: 656 p.
Obra que combina ciência sólida com abordagem visual envolvente. Explora os processos internos e externos da Terra, com foco em tectônica, clima e evolução geológica.
📗 Tarbuck, E.J.; Lutgens, F.K.; Tasa, D. – 2017
Título: Earth: An Introduction to Physical Geology
Editora: Pearson
Edição: 12ª edição
Páginas: 800 p.
Livro amplamente utilizado em cursos universitários, com ilustrações detalhadas, mapas geológicos e explicações sobre ambientes ígneos, sedimentares e metamórficos.
📙 Skinner, B.J.; Porter, S.C.; Botkin, D.B. – 2003
Título: The Dynamic Earth: An Introduction to Physical Geology
Editora: Wiley
Edição: 5ª edição
Páginas: 592 p.
Explora os processos internos e externos da Terra com ênfase em ambientes tectônicos, sedimentares e na dinâmica do planeta como sistema.
Ambiente Geológico Vulcânico:
Dinâmica, Tipos de Lava, Vulcões e Impactos
Dinâmica do Ambiente Vulcânico:
O ambiente vulcânico é marcado pela ascensão de magma do interior da Terra para a superfície, através de falhas ou zonas de fraqueza na crosta. Esse processo ocorre em diferentes contextos tectônicos:
Zonas de subducção (placa oceânica mergulhando sob outra placa, continental ou oceânica)
Zonas de rifte (divergência de placas)
Pontos quentes (plumas mantélicas fixas sob placas móveis)
Dorsais Mesooceânicas (separação entre placas oceânicas e criação de novos assoalhos oceânicos, podendo formar ilhas como a Islândia)
A dinâmica envolve erupções explosivas ou efusivas, formação de edifícios vulcânicos e liberação de gases e cinzas.
Tipos de Lava e Suas Características: A viscosidade da lava determina o tipo de erupção:
Lava básica (basáltica) → Fluida, escorre facilmente, erupções efusivas, formação de derrames extensos
Lava intermediária (andesítica) → Moderadamente viscosa, comportamento intermediário, comum formação de andesitos em arcos de subducção
Lava ácida (riolítica) → Muito viscosa, erupções explosivas, formação de domos e cinzas
Tipos de Vulcões e Suas Características
Eventos Vulcânicos Associados
Erupções explosivas: causadas por lava ácida e gases aprisionados
Erupções efusivas: lava básica escorrendo em grandes áreas
Fluxos piroclásticos: nuvens de cinzas e gases superaquecidos com lançamento de fragmentos na atmosfera e posterior deposição.
Lavas em almofada: formadas (Pillow lavas) em ambientes submarinos
Formação de domos e caldeiras: por extrusão ou colapso
Rochas Formadas por tipo de lava:
Influência no Ambiente e Clima
Impactos Locais
Solo fértil: decomposição de rochas vulcânicas forma solos ricos em minerais nutrientes
Alteração da paisagem: criação de montanhas, ilhas e vales
Riscos naturais: soterramento, incêndios, contaminação de água
Impactos Climáticos
Resfriamento global temporário: partículas de cinza e SO₂ bloqueiam a radiação solar
Emissão de CO₂: contribui para o efeito estufa em longo prazo
Mudança na circulação atmosférica: afeta padrões de chuva e temperatura
Implicações Geológicas
Registro de eventos tectônicos: vulcanismo marca zonas de subducção, rifte e hotspots
Formação de províncias magmáticas: como o Derrame Basáltico da Bacia do Paraná
Depósitos minerais associados: cobre, ouro, prata, entre outros
Reconstrução de paleoclimas: unidades vulcânicas podem preservar dados paleoambientais








📚 Bibliografia indicada sobre Ambientes Geológicos Vulcânico e Vulcanologia:
📘 Besser, M.L. – 2022
Título: Os Vulcões – Caderno do Professor
Editora: Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM)
Páginas: 40 p.
Material didático que explica o vulcanismo, tipos de vulcões, origem do magma, rochas vulcânicas e impactos climáticos.
Acesse o PDF oficial
📗 Pinheiro, F.K.A.; Melo, K.C.S. – 2016
Título: Tipos de Vulcões, Características de Suas Erupções e dos Produtos Lançados por Eles
Instituição: Instituto Federal do Rio Grande do Norte – Curso Técnico em Geologia
Trabalho de conclusão que aborda os tipos de vulcões, morfologia, produtos vulcânicos e classificação das erupções.
📙 Bardintzeff, J.-M.; McBirney, A. – 2000
Título: Volcanology
Editora: Jones and Bartlett Publishers
Edição: 2ª edição
Obra técnica que aborda os processos vulcânicos modernos e antigos, tipos de erupções, produtos magmáticos e ambientes geológicos associados.
📘 Cas, R.A.F.; Wright, J.V. – 1987
Título: Volcanic Successions: Modern and Ancient
Editora: Allen & Unwin
Páginas: 528 p.
Livro detalhado sobre sucessões vulcânicas, com abordagem geológica dos processos, produtos e ambientes de formação de rochas ígneas extrusivas.
📗 Cattermole, P. – 1996
Título: Planetary Volcanism: A Study of Volcanic Activity in the Solar System
Editora: John Wiley & Sons
Edição: 2ª edição
Estudo comparativo entre o vulcanismo terrestre e o de outros planetas, com foco em energia interna, morfologia e tipos de lava.
Ambiente Geológico Orogênico:
Dinâmica, Produtos e Impactos
O termo orogênese vem do grego oros (montanha) e genesis (origem), e refere-se ao conjunto de processos geológicos que levam à formação de cadeias de montanhas. Esses ambientes são moldados por forças tectônicas intensas, em zonas de convergência de placas, onde há colisão, subducção ou reativação de estruturas antigas.
Dinâmica Tectônica Orogênica
A orogênese envolve uma série de processos simultâneos e interligados:
Compressão da crosta terrestre, que provoca dobramentos, falhamentos e empilhamento de camadas geológicas em cavalgamento.
Espessamento crustal, com aumento da espessura da crosta continental em até 70 km em grandes cinturões orogênicos.
Metamorfismo regional, causado pelo aumento de pressão e temperatura em profundidade, transformação mineralógica e formação de rochas metamórficas.
Magmatismo orogênico, com intrusões e vulcanismo em arcos magmáticos.
Exumação de terrenos profundos, trazendo à superfície rochas formadas em condições extremas.
Esses processos ocorrem ao longo de milhões de anos, e resultam em paisagens montanhosas, zonas de falha, bacias sedimentares e terrenos metamórficos complexos.
Saiba mais sobre Orogênese em Portal Explorar/Estrutura da Terra
Eventos Geológicos Associados
Dobramentos: estruturas que deformam as camadas rochosas em arcos de várias feições (de abertas a fechadas).
Falhas inversas e cavalgamentos: deslocamentos tectônicos que empilham camadas de rochas.
Metamorfismo regional: recristalização de minerais sob alta pressão e temperatura.
Magmatismo: intrusões de batólitos, diques em zonas profundas e atividades vulcânicas.
Formação de bacias de antepaís: depressões preenchidas por sedimentos erodidos das montanhas.
Exumação de rochas de alta pressão: como eclogitos e granulitos, trazidas à superfície por tectônica e posterior erosão.
Influência no Ambiente Natural
Criação de relevo montanhoso: formação de serras, vales encaixados e escarpas.
Modificação da drenagem: rios desviados, encaixados ou capturados por falhas.
Solo jovem e instável: suscetível à erosão, deslizamentos e movimentos de massa.
Biodiversidade diferenciada: ambientes de altitude favorecem nichos ecológicos únicos.
Reservatórios naturais: aquíferos em zonas fraturadas e bacias sedimentares associadas.
Influência no Clima
Barreiras orográficas: montanhas bloqueiam massas de ar, gerando microclimas distintos.
Efeito de sombra de chuva: pode ocorrer um lado úmido e outro seco da cadeia montanhosa.
Regulação térmica regional: áreas elevadas com temperaturas mais baixas.
Influência na circulação atmosférica: cadeias montanhosas podem redirecionar ventos, chuvas e sistemas climáticos.
Influência Econômica: Recursos Minerais
Ambientes orogênicos concentram depósitos metálicos como:
Ouro (ex: Andes)
Ferro (ex: Quadrilátero Ferrífero)
Cobre, zinco, níquel, lítio
Recursos Hídricos
Nascentes e aquíferos em zonas montanhosas abastecem cidades e áreas agrícolas.
Bacias de antepaís acumulam sedimentos ricos em água subterrânea.
Turismo e Geoconservação
Trilhas, escaladas, cavernas e paisagens cênicas atraem ecoturismo e turismo científico.
Exemplo de áreas na Serra do Espinhaço são reconhecidas como patrimônios naturais.
Relevância Científica
Registro da história tectônica dos continentes.
Estudo de fácies metamórficas e evolução crustal.
Reconstrução de paleogeografias e ciclos orogênicos.
Compreensão da dinâmica interna da Terra e da formação de recursos naturais.


📚 Bibliografia indicada sobre Ambientes Geológicos Orogênicos:
📘 Dewey, J.F.; Bird, J.M. – 1970
Título: Mountain belts and the new global tectonics
Editora: Journal of Geophysical Research, v.75, n.14
Páginas: 2625–2647
Artigo clássico que relaciona a formação de cadeias de montanhas com a teoria da tectônica de placas.
📗 Moores, E.M.; Twiss, R.J. – 1995
Título: Tectonics
Editora: W.H. Freeman and Company
Páginas: 415 p.
Livro didático que aborda os processos orogênicos, deformações crustais e evolução de cinturões montanhosos.
📙 Windley, B.F. – 1995
Título: The Evolving Continents
Editora: Wiley
Edição: 3ª edição
Páginas: 526 p.
Obra que trata da evolução dos continentes e dos cinturões orogênicos ao longo do tempo geológico.
Ambiente Geológico Desértico:
Características, Dinâmica e Produtos Sedimentares
Definição:
O ambiente desértico é definido por condições climáticas áridas ou semiáridas, com precipitação anual inferior a 250 mm, alta evaporação, escassez de vegetação e grande amplitude térmica diária. Apesar de parecer estático, é um ambiente geologicamente ativo, onde o vento, a água e a temperatura moldam a paisagem e influenciam a formação de sedimentos e rochas.
Dinâmica Geológica Desértica
A dinâmica dos desertos é dominada por três agentes principais:
1. Erosão eólica
O vento atua como agente erosivo e transportador de sedimentos.
Causa deflação (remoção de partículas finas) e abrasão (desgaste por partículas em suspensão).
Forma estruturas como yardangs, ventifactos e dunas migrantes.
2. Erosão pluvial episódica
Chuvas intensas e raras provocam enxurradas violentas.
Formam leques aluviais, ravinas, canais efêmeros e bacias de deposição temporária.
3. Intemperismo físico
Fragmentação mecânica das rochas por variações térmicas extremas.
Formação de cascalhos, blocos e sedimentos angulosos.
Tipos de Ambientes Desérticos: Arenosos, Pedregosos, Rochosos, Montanhosos, Salinos e Glaciais.
Eventos Geológicos Associados:
Tempestades de areia: transporte de partículas por ventos fortes, com alcance continental.
Chuvas torrenciais: causam erosão intensa e sedimentação rápida.
Formação de dunas: acúmulo de areia em formas variadas.
Evaporação de lagos temporários: gera crostas salinas e depósitos de evaporitos.
Processos de deflação: criam depressões rasas e áreas de solo exposto.
Rochas e Sedimentos Formados:
Estruturas Geológicas e Texturas Características
Estratificação cruzada: típica de dunas migrantes, com camadas inclinadas.
Textura de grãos bem selecionados: em arenitos eólicos, com grãos de quartzo arredondados.
Ventifactos: rochas esculpidas pela abrasão do vento.
Yardangs: cristas do relevo alongadas esculpidas por erosão eólica.
Leques aluviais: estruturas em forma de leque formadas por enxurradas em áreas montanhosas.
Crostas salinas: superfícies planas cobertas por sais precipitados.
Influência no Ambiente Natural:
Baixa fertilidade natural: solos pobres em matéria orgânica e nutrientes.
Alta vulnerabilidade à erosão: especialmente em áreas com vegetação escassa.
Formação de paisagens únicas: cânions secos, dunas fósseis, rochas esculpidas.
Reservatórios subterrâneos: aquíferos fósseis podem ocorrer em bacias sedimentares desérticas.
Habitat especializado: fauna e flora adaptadas a extremos climáticos.
Influência no Clima:
Albedo elevado: superfícies claras refletem radiação solar, influenciando microclimas.
Grande amplitude térmica: dias quentes e noites frias devido à baixa umidade.
Influência na circulação atmosférica: áreas de alta pressão que afetam padrões de vento e chuva.
Efeito global: partículas de poeira podem influenciar o clima em escala continental, poeira desértica pode afetar precipitação em regiões distantes. Sedimentos finos podem fertilizar regiões distantes ou em outros continentes (ex: Deserto do Saara e Floresta Amazônica)
Influência Econômica:
Mineração:
Depósitos de sal, gipsita, urânio, cobre, lítio e fosfato podem ser formados.
Evaporitos são fontes importantes de minerais industriais.
Energia solar
Alta incidência solar favorece usinas fotovoltaicas e térmicas.
Relevância Científica
Registro de paleoclimas áridos em rochas sedimentares.
Estudo de processos eólicos e evaporíticos.
Reconstrução de ambientes deposicionais antigos.
Rochas sedimentares de origem desértica antigas costumam ser ótimos aquíferos.
Preservação de fósseis e estruturas sedimentares raras.








📚 Bibliografia indicada sobre Ambientes Geológicos Desérticos:
📙 Thomas, D.S.G. (Ed.) – 2011
Título: Arid Zone Geomorphology: Process, Form and Change in Drylands
Editora: Wiley
Edição: 3ª edição
Páginas: 648 p.
Coletânea de estudos sobre ambientes áridos e semiáridos, com capítulos sobre dunas, desertificação, solos desérticos e mudanças climáticas.
📘 Cooke, R.U.; Warren, A.; Goudie, A.S. – 1993
Título: Desert Geomorphology
Editora: UCL Press
Páginas: 526 p.
Obra técnica que aborda os processos geomorfológicos em ambientes desérticos, incluindo erosão eólica, dunas, leques aluviais e depósitos evaporíticos.
📗 Goudie, A.S. – 2002
Título: Great Warm Deserts of the World: Landscapes and Evolution
Editora: Oxford University Press
Páginas: 480 p.
Estudo comparativo dos grandes desertos quentes do mundo, com foco em clima, geologia, evolução paisagística e tipos de rochas formadas.
Ambiente Geológico Marinho:
Características, Dinâmica e Produtos Sedimentares
Definição:
O ambiente geológico marinho compreende todas as áreas submersas dos oceanos e mares, incluindo desde as zonas costeiras até as regiões abissais. Ele é moldado por processos físicos, químicos, biológicos e tectônicos que atuam sobre o fundo oceânico e a coluna d’água. É um dos principais registros da história geológica da Terra e desempenha papel vital na regulação climática, na biodiversidade e na economia global.
Dinâmica Geológica Marinha
A dinâmica do ambiente marinho envolve:
Sedimentação contínua: partículas terrígenas, biogênicas e químicas se acumulam no fundo oceânico.
Tectônica de placas: formação de dorsais oceânicas, fossas abissais e arcos de ilhas.
Vulcanismo submarino: criação de montanhas submarinas, ilhas e nova crosta oceânica.
Circulação oceânica: correntes marinhas redistribuem calor, nutrientes e sedimentos.
Atividade biológica: organismos marinhos contribuem para a formação de rochas carbonáticas e fosfáticas.
Tipos de Ambientes Marinhos:
Eventos Geológicos Associados:
Erupções vulcânicas submarinas: formação de ilhas e cordilheiras submarinas.
Sismos submarinos: causam maremotos, tsunamis e movimentam sedimentos.
Deslizamentos submarinos: geram turbiditos e reconfiguram o fundo oceânico.
Formação de recifes: por organismos calcificantes como corais.
Expansão do fundo oceânico: criação de nova crosta basáltica nas dorsais.
Rochas Formadas:
Estruturas Geológicas e Texturas Características:
Estratificação paralela e cruzada: comum em sedimentos marinhos rasos.
Laminação fina: típica de ambientes profundos e tranquilos.
Textura bioclástica: fragmentos de conchas e esqueletos em rochas carbonáticas.
Textura pelítica: grãos muito finos em argilitos e folhelhos.
Formações recifais: estruturas orgânicas com geometria complexa.
Ilhas vulcânicas (Hot spots), montes submarinos e guyots (vulcões extintos achatados pela erosão).
Influência no Ambiente:
Regulação térmica global: os oceanos absorvem e redistribuem calor.
Ciclagem de nutrientes: essencial para a produtividade biológica.
Reservatórios de carbono: sedimentos marinhos armazenam CO₂ por milhões de anos (rochas carbonáticas).
Proteção costeira: recifes e plataformas reduzem o impacto de ondas e tempestades.
Formação de habitats: como manguezais, estuários e recifes de coral.
Eventos como El Niño e La Niña: alteram padrões de chuva e temperatura em escala global.
Oscilações oceânicas: afetam a frequência de furacões e secas em diferentes regiões.
Influência Econômica:
Pesca comercial e artesanal.
Aquicultura em plataformas e baías.
Petróleo e gás natural em bacias sedimentares marinhas.
Nódulos polimetálicos e crostas de manganês em fundos oceânicos.
Rotas marítimas internacionais.
Portos e infraestrutura costeira.
Ecoturismo em áreas costeiras e recifes.
Relevância Científica:
Registro de paleoclimas e paleogeografias em sedimentos marinhos.
Estudo da dinâmica tectônica e da expansão oceânica.
Monitoramento de mudanças climáticas e nível do mar.
Pesquisa de vida extrema em fontes hidrotermais profundas e fossas submarinas.
Descoberta de novos organismos e compostos bioativos.










📚 Bibliografia indicada sobre Ambientes Geológicos Marinhos:
📙 Corrêa, I.C.S. – 2021
Título: Morfologia do Ambiente Marinho
Editora: LUME/UFRGS
Volume: 1
Páginas: 53 p.
Estudo sobre relevo submarino, fisiografia costeira e processos morfológicos em ambientes marinhos brasileiros.
PDF disponível
📘 Corrêa, Iran Carlos Stalliviere – 2021
Título: Sedimentologia do Ambiente Marinho
Editora: CECO/PGGM/IGEO/UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Páginas: 173 p.
Obra técnica que aborda os tipos de sedimentos marinhos, classificação de depósitos profundos, processos de transporte e deposição, incluindo lamas terrígenas, vasas pelágicas, sedimentos glacio-marinhos e piroclásticos.
📗 Kennett, J.P. – 1982
Título: Marine Geology
Editora: Prentice-Hall
Páginas: 813 p.
Clássico da geologia marinha, aborda processos sedimentares, estratigrafia, tectônica de margens oceânicas e evolução das bacias marinhas.
📙 Seibold, E.; Berger, W.H. – 1996
Título: The Sea Floor: An Introduction to Marine Geology
Editora: Springer-Verlag
Páginas: 356 p.
Introdução abrangente à geologia do fundo marinho, incluindo tipos de sedimentos, processos deposicionais, morfologia oceânica e paleoceanografia.
📘 Curray, J.R. – 2005
Título: Sedimentology and Stratigraphy of Marine Environments
Publicação: Marine Geology Journal
Artigos técnicos sobre deposição em plataformas continentais, taludes e bacias profundas, com foco em turbiditos, correntes de fundo e estratigrafia sísmica.
📗 Davis Jr., R.A. – 2012
Título: Coastal Sedimentary Environments
Editora: Springer
Páginas: 540 p.
Estudo detalhado dos ambientes costeiros e marinhos rasos, incluindo praias, estuários, lagunas e sistemas de barreiras, com foco em processos sedimentares e morfodinâmica.
Ambiente Geológico Fluvial:
Dinâmica, Evolução e Produtos Sedimentares
Aspectos Físicos Gerais:
O ambiente fluvial é caracterizado pela ação dos cursos d’água que escoam sobre a superfície terrestre (continentes e ilhas), moldando o relevo por meio de processos de erosão, transporte e deposição. Esses ambientes se desenvolvem em bacias hidrográficas, delimitadas por divisores de águas, e apresentam canais fluviais que variam conforme a topografia, o clima, a geologia e o regime hidrológico da região.
Os principais elementos físicos incluem:
Canal fluvial: onde ocorre o escoamento principal.
Leito maior e leito menor: áreas de inundação sazonal e fluxo regular.
Planície de inundação: zona de deposição de sedimentos finos durante cheias.
Terraços fluviais: área plana às margens dos rios, onde antigos níveis de canais (meandros) são abandonados por mudanças no curso do rio.
Subtipos de Ambientes Fluviais por Grau Evolutivo:
A evolução de um rio pode ser dividida em três estágios principais, cada um com características geomorfológicas e energéticas distintas:
Rios Jovens: cortam áreas montanhosas, com forte declividade e grande capacidade erosiva. Formam vales em “V” e apresentam corredeiras e cachoeiras.
Rios Médios: começam a desenvolver meandros e terraços fluviais. A energia é suficiente para transportar sedimentos, mas a erosão vertical diminui.
Rios Senis: ocorrem em áreas planas, com canais sinuosos e ampla planície de inundação. A energia é baixa, favorecendo a deposição de sedimentos finos.
Energias Envolvidas:
A energia fluvial é derivada da gravidade e depende da declividade do terreno e do volume de água (vazão). Ela se manifesta como:
Energia cinética: responsável pela erosão e transporte de sedimentos.
Energia potencial: relacionada à altitude e à capacidade de gerar movimento descendente.
Rios jovens têm maior energia potencial e cinética, enquanto rios senis operam com baixa energia, favorecendo a sedimentação.
Tipos de Rochas Formadas:
Os ambientes fluviais são importantes geradores de rochas sedimentares, especialmente aquelas formadas por processos de deposição em canais e planícies de inundação.
Principais tipos de rochas:
Arenitos: geralmente compostos por grãos de quartzo, feldspato e fragmentos líticos. Textura clástica, geralmente média a grossa. Estruturas comuns: estratificação cruzada, laminação paralela.
Siltitos e argilitos: sedimentos finos depositados em planícies de inundação. Textura fina, com estruturas como fissilidade, laminação, estruturas de carga e dobras convolutas.
Conglomerados: formados em ambientes de alta energia (rios jovens), compostos por clastos arredondados de diversos minerais ou rochas. Textura muito grossa, estrutura maciça ou estratificada.
Essas rochas refletem o ambiente deposicional e a energia envolvida no transporte dos sedimentos.
Tipos de Deltas Fluviais
Os deltas se formam na foz dos rios, onde há deposição de sedimentos ao entrar em contato com corpos d’água maiores (mares, lagos). O tipo de delta depende da interação entre os processos fluviais, marinhos e de marés.
Principais tipos:
Delta dominado por rio (tipo lobado): como o delta do Mississippi. Sedimentação fluvial intensa, com canais distributários bem definidos.
Delta dominado por ondas (tipo arredondado): como o delta do Nilo. As ondas redistribuem os sedimentos, formando uma frente de praia contínua.
Delta dominado por marés (tipo estuarino): como o delta do Ganges-Brahmaputra. Apresenta canais entre bancos de areia e lama, com influência das marés na morfologia.
Cada tipo de delta está associado a diferentes estágios evolutivos do rio e à energia do ambiente costeiro.






📚 Bibliografia indicada sobre Ambientes Geológicos Fluviais e Deltas:
📙 Poleto, C. (Org.) – 2018
Título: Sedimentologia Fluvial: Estudos e Técnicas (2ª edição revisada)
Editora: ABRHidro – Associação Brasileira de Recursos Hídricos
Volume: 1
Páginas: 207 p.
Obra técnica que aborda a hidrossedimentologia, erosão, transporte e deposição de sedimentos em sistemas fluviais brasileiros, com aplicações em gestão de bacias e reservatórios.
📘 Leopold, L.B. – 1994
Título: A View of the River
Editora: Harvard University Press
Local: Cambridge, Massachusetts / Londres
Páginas: 298 p.
Obra clássica sobre a estrutura e funcionamento dos rios, incluindo padrões de fluxo, transporte de sedimentos e formação de canais e deltas.
📗 Bhattacharya, J.P. – 2006
Título: Deltas
Obra: Facies Models Revisited, Geological Association of Canada
Páginas: 237–292
Capítulo técnico sobre morfologia, estratigrafia e dinâmica de deltas, com exemplos modernos e fósseis.
Ambiente Geológico Lacustre:
Dinâmica, Tipologias e Registros Sedimentares
Aspectos Físicos Gerais:
O ambiente lacustre corresponde às áreas de deposição sedimentar em lagos, corpos d’água continentais de origem variada, geralmente isolados do mar. Esses ambientes são marcados por baixa energia, favorecendo a acumulação de sedimentos finos e orgânicos. Os lagos podem ser permanentes ou temporários, rasos ou profundos, e sua morfologia depende da origem geológica e climática.
Principais elementos físicos:
Bacia lacustre: depressão onde se acumula a água.
Margens e deltas lacustres: zonas de transição entre o ambiente fluvial e o lacustre.
Zona pelágica: parte central e profunda do lago.
Zona litoral: bordas rasas, com maior influência de ondas e vegetação.
Subtipos de Ambientes Lacustres por Geografia Local:
A classificação dos ambientes lacustres varia conforme sua origem geológica e localização:
Cada tipo apresenta variações na profundidade, composição da água, taxa de sedimentação e biodiversidade.
Energias Envolvidas:
O ambiente lacustre é caracterizado por baixa energia hidrodinâmica, especialmente na zona pelágica. As principais fontes de energia são:
Energia fluvial: entrada de sedimentos pelas margens e deltas.
Energia eólica: formação de ondas superficiais nas margens.
Energia gravitacional: responsável pela decantação dos sedimentos.
Energia biológica: atividade de organismos que contribuem para a produção de matéria orgânica.
A baixa energia favorece a preservação de estruturas sedimentares delicadas e a formação de depósitos finos.
Tipos de Rochas Formadas:
Os ambientes lacustres geram rochas sedimentares com características distintas, refletindo a tranquilidade do meio e a composição química da água.
Principais tipos de rochas:
Argilitos e siltitos: sedimentos finos decantados na zona pelágica. Textura muito fina, com laminação paralela e estrutura de carga.
Folhelhos orgânicos: ricos em matéria orgânica, potencialmente geradores de petróleo e carvão mineral. Textura fina, cor escura, estrutura laminada.
Calcários lacustres: precipitação química de carbonato de cálcio. Textura microcristalina, estruturas como estromatólitos e laminados.
Evaporitos: como halita e gipsita, formados em lagos salinos. Textura cristalina, estrutura maciça ou em camadas.
Essas rochas são importantes registros paleoclimáticos e paleoambientais, revelando variações sazonais e eventos geológicos.








Distribuição e Variações dos Lagos no Planeta Terra:
Os lagos estão distribuídos de forma desigual pelo planeta, influenciados por fatores tectônicos, climáticos e glaciais.
Principais padrões de distribuição:
Altas latitudes: grande concentração de lagos glaciais (Canadá, Escandinávia, Sibéria).
Regiões tectônicas: lagos profundos em riftes e falhas (África Oriental, Ásia Central).
Regiões áridas: lagos salinos e temporários (Saara, Austrália, Atacama).
Regiões tropicais: lagos rasos e ricos em biodiversidade (Amazônia, Congo).
Variações:
Lagos permanentes vs. temporários: influenciados por regime pluviométrico.
Lagos de água doce vs. salina: dependem do balanço entre entrada e saída de água.
Lagos rasos vs. profundos: afetam a estratificação térmica e a preservação de sedimentos.
📚 Bibliografia indicada sobre Ambientes Geológicos Lacustres:
📙 Kelts, K. – 1988
Título: Environments of Deposition in Lacustrine Sediments
Publicação: Sedimentary Geology, v.54, p.221–246
Artigo clássico sobre os tipos de ambientes deposicionais em lagos, incluindo margens, profundos, deltaicos e evaporíticos.
📘 Cohen, A.S. – 2003
Título: Paleolimnology: The History and Evolution of Lake Systems
Editora: Oxford University Press
Páginas: 528 p.
Estudo detalhado da evolução geológica de lagos, com foco em sedimentologia, paleoecologia, estratigrafia e reconstrução ambiental.
📗 Håkanson, L.; Jansson, M. – 1983
Título: Principles of Lake Sedimentology
Editora: Springer-Verlag
Páginas: 316 p.
Obra técnica que trata da formação, transporte e deposição de sedimentos em lagos, incluindo modelagem de processos físicos e químicos.
📙 Talbot, M.R.; Allen, P.A. – 1996
Título: Lakes
Obra: Sedimentary Environments: Processes, Facies and Stratigraphy (Ed. H.G. Reading)
Editora: Blackwell Science
Páginas: 83–124
Capítulo dedicado aos ambientes lacustres, com foco em fácies, estratigrafia, variações climáticas e tectônicas que influenciam a sedimentação.
Ambiente Geológico Glacial:
Dinâmica, Tipologias e Registros Sedimentares
Aspectos Físicos Gerais:
O ambiente glacial é caracterizado pela presença de geleiras — massas de gelo em movimento que se formam em regiões onde a acumulação de neve excede o derretimento ao longo do tempo. Esses ambientes são marcados por processos intensos de erosão, transporte e deposição, moldando paisagens únicas e gerando sedimentos e rochas com características distintas.
Principais elementos físicos:
Geleiras continentais: grandes mantos de gelo que cobrem vastas áreas (ex: Antártida, Groenlândia).
Geleiras alpinas: localizadas em áreas montanhosas, com fluxo canalizado por vales.
Frentes glaciares: zonas de transição entre gelo e sedimentos.
Morainas: depósitos de sedimentos transportados pelas geleiras.
Lagos proglaciais: formados pelo derretimento do gelo.
Subtipos de Ambientes Glaciais por Geografia Local:
A classificação dos ambientes glaciais depende da localização e da dinâmica das massas de gelo:
Cada tipo influencia a natureza dos sedimentos gerados e a morfologia do terreno.
Energias Envolvidas:
A energia nos ambientes glaciais é predominantemente mecânica, derivada da gravidade e da pressão exercida pelo peso do gelo. Os principais processos energéticos incluem:
Energia gravitacional: impulsiona o movimento das geleiras.
Energia térmica: controla a fusão e refreezing do gelo.
Energia mecânica: abrasão do leito rochoso pela carga e movimento da geleira.
Energia cinética: associada ao transporte de sedimentos por gelo em movimento.
Energia hidrológica: ligada ao escoamento de água de fusão sob ou ao redor das geleiras.
Essas energias resultam em erosão intensa (abrasão ou raspagem do substrato rochoso), transporte de grandes blocos e deposição caótica. Resultam também em marcas como estrias, ranhuras e superfícies alisadas no substrato rochoso.
Tipos de Rochas Formadas:
Os ambientes glaciais produzem rochas sedimentares com características únicas, refletindo a alta energia e a natureza não seletiva do transporte glacial.
Principais tipos de rochas:
Tillitos: rochas formadas pela litificação do till (sedimento glacial não selecionado). Composição heterogênea, textura muito mal selecionada, estrutura maciça.
Varvitos: rochas laminadas com alternância de camadas finas de silte e argila, representando ciclos sazonais de deposição em lagos proglaciais. Textura fina, estrutura laminada.
Conglomerados glaciares: com clastos angulosos ou arredondados, matriz argilosa ou arenosa. Textura grossa, estrutura maciça ou estratificada.
Essas rochas são importantes indicadores paleoclimáticos e paleogeográficos, revelando antigas glaciações.
Distribuição Global das Rochas de Origem Glacial
As rochas de origem glacial estão distribuídas em diversas regiões do planeta, tanto em áreas atualmente cobertas por gelo quanto em locais que foram afetados por glaciações passadas.
Principais ocorrências:
Escudos continentais: como o Escudo Canadense e Escandinavo, com extensos depósitos de tillitos e rochas estriadas.
Regiões tropicais com registros paleoglaciais: como a Bacia do Paraná (Brasil), onde ocorrem os famosos varvitos de Itu, evidência da glaciação do Permo-Carbonífero.
Cordilheiras montanhosas: Andes, Alpes, Himalaia — com depósitos de morainas e conglomerados glaciares.
Antártida e Groenlândia: com registros ativos de processos glaciais e sedimentos modernos.
Essas ocorrências ajudam a reconstruir a história climática da Terra e a entender os ciclos de avanço e recuo das geleiras ao longo do tempo geológico.






📚 Bibliografia indicada sobre Ambientes Geológicos Glaciais:
📘 Assine, M.L.; Vesely, F.F. – 2003
Título: Ambientes Glaciais
Instituição: Departamento de Geologia Aplicada – UNESP Rio Claro
Revisão abrangente dos ambientes glaciogênicos e proglaciais, com destaque para fácies sedimentares glaciais no Brasil e no registro estratigráfico do Neoproterozoico e Paleozóico.
PDF completo
📗 Benn, D.I.; Evans, D.J.A. – 2010
Título: Glaciers and Glaciation (2ª edição)
Editora: Hodder Education
Páginas: 802 p.
Obra clássica e abrangente sobre glaciologia, sedimentologia glacial, geomorfologia de geleiras e processos erosivos e deposicionais em ambientes glaciais modernos e fósseis.
📙 Hambrey, M.J.; Alean, J. – 2004
Título: Glaciers
Editora: Cambridge University Press
Páginas: 376 p.
Livro ilustrado que aborda a dinâmica das geleiras, tipos de sedimentos glaciais, morfologia glacial e impactos climáticos.
📘 Eyles, N. – 1983
Título: Modern and Ancient Glacial Sediments
Publicação: Geological Society Special Publication, v.15
Editora: Geological Society of London
Coletânea de artigos sobre depósitos glaciais modernos e antigos, com foco em fácies sedimentares, estratigrafia glacial e reconstrução paleoambiental.


O CICLO DAS ROCHAS
Ciclo das Rochas: a renovação contínua da crosta terrestre:
O ciclo das rochas é um processo natural e dinâmico que descreve como os três principais tipos de rochas — ígneas, sedimentares e metamórficas — se formam, se transformam e se reciclam ao longo do tempo geológico, e em condições determinadas por cada Ambiente Geológico em particular. Esse ciclo é fundamental para entender a estrutura da Terra, a formação de paisagens, a origem de recursos minerais e a evolução do planeta.
Tipos de Rochas e Suas Origens
Rochas Ígneas
Origem: Formadas pela solidificação do magma ou lava.
Subtipos:
Intrusivas (plutônicas): solidificam no interior da crosta (ex: granito).
Extrusivas (vulcânicas): solidificam na superfície (ex: basalto, riolito).
Energia envolvida: Energia térmica interna (geotérmica), proveniente do calor do manto terrestre.
Rochas Sedimentares
Origem: Resultam da compactação e cimentação de sedimentos derivados da erosão de outras rochas.
Subtipos:
Clásticas: fragmentos de rochas (ex: arenito, siltito).
Químicas: precipitação de minerais (ex: calcário, dolomito).
Orgânicas: restos biológicos (ex: carvão, calcário fossilífero).
Energia envolvida: Energia solar, mecânica e gravitacional, que impulsionam o clima, a chuva, geleiras, rios e ondas.
Rochas Metamórficas
Origem: Transformação de rochas pré-existentes sob altas pressões e temperaturas, sem fusão.
Exemplos: gnaisse, mármore, xistos.
Energia envolvida: Energia tectônica (pressão) e térmica interna (calor).
Aprenda mais em: Portal Explorar/Conhecimento Geológico/Rochas
Processos Envolvidos
Fusão: transforma rochas em magma.
Cristalização: forma rochas ígneas a partir do magma.
Intemperismo e erosão: desestruturação e fragmentam rochas expostas.
Transporte e deposição: movimentação e acomodação dos sedimentos.
Compactação e diagênese: formam rochas sedimentares.
Tectonismo: movimentação de placas tectônica e de blocos rochosos.
Metamorfismo: altera rochas por calor e pressão.
Interações e Reciclagem
O ciclo das rochas é não linear e permite múltiplas transformações:
Rochas preexistentes → intemperismo → sedimentos → rochas sedimentares
Rochas preexistentes → calor e pressão → rochas metamórficas
Rochas preexistentes → fusão → magma → rochas ígneas
Esse ciclo pode durar milhões a bilhões de anos, e é essencial para a renovação da crosta terrestre, a formação de solos, a preservação de fósseis e a geração de recursos naturais como minérios e combustíveis fósseis.
📚 Bibliografia indicada sobre o Ciclo das Rochas:
📘 Carneiro, C.D.R.; Gonçalves, P.W.; Lopes, O.R. – 2009
Título: O Ciclo das Rochas na Natureza
Editora: Terræ Didatica – Instituto de Geociências, Unicamp
Volume: 5(1)
Páginas: 50–62
Artigo didático que apresenta os processos e ambientes naturais envolvidos no ciclo das rochas, com foco em ensino de geociências e tectônica de placas.
Acesse o PDF
📗 Roncaglio, B.R.; Golinski, M.F.; Haupt, R.; Fuhr, M.F.D.; Benetti, M. – 2017
Título: O ciclo das rochas: uma breve análise sobre as composições litológicas da Terra
Editora: Instituto Federal Catarinense – Campus Concórdia
Pesquisa acadêmica que analisa os processos exógenos e endógenos que formam rochas ígneas, sedimentares e metamórficas, com foco na renovação da litosfera.
📙 Gonzalez, M. – 2018
Título: A Terra pulsante – Parte III: O ciclo das rochas
Editora: NotasGeo
Texto técnico que contextualiza o ciclo das rochas com base no uniformitarismo de James Hutton e nas ideias de Charles Lyell, com diagramas históricos e modernos.
Leia online
Ambientes Geológicos do Brasil
Vamos então explorar brevemente como esses ambientes geológicos se manifestam no território brasileiro — um verdadeiro mosaico de paisagens e processos naturais. O Brasil é privilegiado por sua diversidade geológica, que influencia diretamente o relevo, os recursos naturais e até aspectos culturais e econômicos.
Ambientes Geológicos no Brasil:
1. Escudos Cristalinos (Ambientes Orogênicos Antigos)
Localização: Predominam no centro-sul do país (Minas Gerais, Goiás, Bahia).
Características: Formações antigas, compostas por rochas ígneas e metamórficas.
Rochas comuns: Granito, gnaisse, xisto.
Importância: Ricos em minerais metálicos como ferro, ouro, níquel e manganês.
2. Bacias Sedimentares (Ambiente Sedimentar Continental e Marinho)
Localização: Amazônia, Pantanal, Bacia do Paraná, Bacia do Parnaíba, Bacia do São Francisco.
Características: Áreas de deposição de sedimentos ao longo de milhões de anos.
Rochas comuns: Arenito, folhelho, calcário.
Importância: Reservatórios de petróleo, gás natural, carvão mineral e aquíferos.
3. Províncias Ígneas (Ambiente Vulcânico Antigo)
Localização: Sul do Brasil (Principalmente São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul).
Características: Derrames de lava basáltica do período Mesozóico.
Rochas comuns: Basalto, diabásio.
Importância: Solos férteis (terra roxa), usados na agricultura intensiva.
4. Ambientes Desérticos e Semiáridos (Ambiente Climático Seco)
Localização: Sertão nordestino.
Características: Clima árido, erosão intensa, solos rasos.
Rochas comuns: Arenitos e depósitos evaporíticos (sal-gema, gipsita).
Importância: Potencial para energia solar e exploração de minerais evaporíticos.
5. Ambientes Costeiros e Marinhos
Localização: Litoral brasileiro (mais de 7.000 km de costa).
Características: Influência de marés, correntes e deposição de sedimentos.
Rochas comuns: Calcário recifal, arenito de praia.
Importância: Ecossistemas ricos (manguezais, restingas), exploração de petróleo offshore.
6. Ambientes Tropicais Úmidos (Ambiente Fluvial e Lacustre)
Localização: Amazônia, Pantanal, áreas ribeirinhas.
Características: Clima quente e úmido, rios volumosos, deposição de sedimentos finos.
Rochas comuns: Argilito, siltito, folhelho.
Importância: Biodiversidade, recursos hídricos, solos férteis para agricultura.
Fatores Climáticos e Energias Envolvidas
Clima tropical: Predomina no Brasil, favorecendo erosão química e formação de solos lateríticos.
Energia solar e pluvial: Influenciam fortemente os processos de intemperismo e transporte de sedimentos.
Tectônica antiga: Apesar de estar em uma placa estável, o Brasil possui estruturas geológicas herdadas de eventos tectônicos passados.




📚 Bibliografia indicada sobre Os Ambientes Geológicos Brasileiros:
📘 Silva, C.R. da (Editor) – 2008
Título: Geodiversidade do Brasil: conhecer o passado, para entender o presente e prever o futuro
Editora: CPRM – Serviço Geológico do Brasil
Páginas: 264 p.
Obra abrangente que apresenta os principais ambientes geológicos brasileiros, com mapas, fotografias, descrições regionais e aplicações em planejamento territorial.
Acesse o PDF oficial
📗 Schobbenhaus, C.; Campos, D.A.; Queiroz, E.T.; Winge, M.; Berbert-Born, M.L.C. – 2002
Título: Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil – Volume 1
Editora: DNPM / CPRM / SIGEP
Páginas: 554 p.
Catálogo técnico dos principais sítios geológicos e paleontológicos do Brasil, com destaque para ambientes sedimentares, vulcânicos, costeiros e fósseis.
📙 Almeida, F.F.M.; Hasui, Y.; Brito Neves, B.B.; Fuck, R.A. – 1981
Título: Sistema tectônico brasileiro: uma proposta de classificação
Editora: Revista Brasileira de Geociências, v.11, n.2
Páginas: 1–12
Propõe uma classificação dos sistemas tectônicos do Brasil, incluindo cinturões orogênicos e domínios estruturais.
📘 Barboza, E.G. et al. – 2021
Título: Sistemas Deposicionais e Evolução Geológica da Planície Costeira entre La Coronilla e Cabo de Santa Marta (Bacia de Pelotas): Uma Revisão
Editora: Compasso Lugar-Cultura
Obra: Contribuições à Geologia do Rio Grande do Sul
Páginas: 455–468
Revisão geológica da planície costeira sul-brasileira, com destaque para ambientes marinhos e costeiros.


