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Classificação das Rochas: Ígneas, Sedimentares e Metamórficas (Clique)

As rochas são os blocos fundamentais da crosta terrestre e podem ser classificadas em três grandes grupos com base em sua origem: ígneas (ou magmáticas), sedimentares e metamórficas. Cada tipo revela uma história geológica única, moldada por processos físicos e químicos ao longo de milhões de anos.

Rochas Ígneas (ou Magmáticas)

Formação e Ambiente
Originam-se da solidificação do magma, seja no interior da Terra ou na superfície. O ambiente de formação determina sua textura e composição.

Processos

  • Intrusivos (ou plutônicos): magma solidifica lentamente no interior da crosta, formando cristais grandes (ex: granito).

  • Extrusivos (ou vulcânicos): magma extravasa e solidifica rapidamente na superfície, gerando cristais pequenos ou vidro (ex: basalto).

A composição varia de:

  • Ácida (alta sílica, ex: riolito)

  • Intermediária (ex: andesito)

  • Básica (baixa sílica, ex: basalto)

  • Ultrabásica (ex: peridotito)

Fatores Diagnósticos

  • Textura (granulada, vítrea, porfirítica)

  • Presença de vesículas (bolhas de gás)

  • Cor e densidade

Aprenda mais sobre Rochas Ígneas em:

Rochas Sedimentares

Formação e Ambiente
Resultam da compactação e cimentação de sedimentos oriundos da erosão de outras rochas. Formam-se em ambientes como rios, lagos, oceanos e desertos.

Processos

  • Intemperismo: Desestruturação da rocha por ação de fatores naturais como sol, chuva, etc.

  • Erosão: desgaste físico e químico das rochas fonte

  • Transporte: por água, vento ou gelo

  • Deposição: acúmulo dos sedimentos

  • Diagênese: compactação e cimentação

Tipos e Subtipos

  • Clásticas: fragmentos de outras rochas (ex: arenito, conglomerado)

  • Químicas: precipitação de substâncias dissolvidas (ex: calcário, halita)

  • Orgânicas: restos de organismos (ex: carvão, calcário fossilífero)

Fatores Diagnósticos

  • Estruturas Sedimentares (Estratificação, Camadas)

  • Fósseis

  • Granulometria (tamanho dos grãos)

  • Reatividade com ácido (no caso de carbonatos)

Aprenda mais sobre Rochas Sedimentares em:

Rochas Metamórficas

Formação e Ambiente
Originam-se da transformação de rochas pré-existentes (ígneas, sedimentares ou metamórficas) sob altas pressões e temperaturas, sem fusão completa. Geralmente ocorrem em zonas de colisão tectônica ou profundidades da crosta.

Processos

  • Metamorfismo regional: grandes áreas, alta pressão e temperatura (ex: formação de gnaisse)

  • Metamorfismo de contato: proximidade com intrusões magmáticas (ex: formação de hornfels)

Tipos e Subtipos

  • Foliadas: apresentam descontinuidades planares e alinhamento de minerais (ex: xisto, filito, gnaisse)

  • Não foliadas: textura homogênea (ex: mármore, quartzito)

Composição
Minerais como mica, quartzo, feldspato, granada, estaurolita são muito comuns, entre outros minerais metamórficos.

Fatores Diagnósticos

  • Estruturas (Foliação, bandas, lineação, etc.)

  • Recristalização

  • Dureza e brilho

  • Presença de minerais indicadores (ex: cianita, silimanita)

Aprenda mais sobre Rochas Metamórficas em:

A classificação das rochas com base em sua origem revela não apenas sua composição, mas também os processos geológicos que moldaram nosso planeta. Entender essas categorias é essencial para geólogos, engenheiros, geógrafos e curiosos da Terra, pois cada rocha conta uma parte da história profunda da Terra.

Lava basáltica

Basalto Colunar

Arenito

Calcário

Quartzito

Estruturas e Texturas

Rochas Ígneas (Magmáticas):

Texturas
A textura revela o modo como os cristais se formaram durante o resfriamento do magma.

  • Granular: cristais visíveis e de tamanho semelhante (ex: granito)

  • Porfirítica: cristais grandes (fenocristais) em matriz fina (ex: andesito)

  • Vítrea: ausência de cristais, aspecto de vidro (ex: obsidiana)

  • Afanítica: cristais microscópicos, resfriamento rápido (ex: basalto)

  • Vesicular: presença de bolhas de gás (ex: pumita)

  • Pegmatítica: cristais muito grandes, geralmente em rochas intrusivas que se forma nas cúpulas de sistemas intrusivos.

Estruturas

  • Maciça: sem orientação ou alinhamento interno

  • Acamadada: por resfriamento fracionado em câmaras magmáticas (Ex: ultramáficas)

  • Colunar: forma prismática, comum em basaltos

  • Fluidal: alinhamento de minerais devido ao fluxo do magma

  • Piroclástica: fragmentos vulcânicos consolidados (ex: tufo)

Rochas Sedimentares:

Texturas
Relacionadas ao tamanho, forma e arranjo dos grãos ou partículas:

  • Clástica: composta por grãos ou fragmentos de minerais, ou de outras rochas (ex: arenito)

  • Bioclástica: restos de organismos (ex: calcário fossilífero)

  • Cristalina: formada por precipitação química (ex: halita)

  • Pelítica: grãos muito finos, como em argilas

Estruturas Sedimentares
Essenciais para interpretar o ambiente deposicional:

  • Estratificação: camadas horizontais ou inclinadas

  • Estrutura cruzada: camadas inclinadas dentro de uma camada principal

  • Lenticular: forma de lentes, comum em ambientes fluviais

  • Granodecrescência: granulação decrescente de baixo para cima (ou vice-versa)

  • Ripple marks: ondulações causadas por água ou vento

  • Fósseis: indicam vida passada e ambiente de deposição

Rochas Metamórficas:

Texturas
Resultam da recristalização e/ou reorientação dos minerais sob pressão e temperatura:

  • Foliada: minerais alinhados em planos (ex: xisto, gnaisse)

  • Não foliada: minerais recristalizados sem orientação (ex: mármore, quartzito)

  • Granoblástica: cristais equidimensionais, comum em rochas não foliadas

  • Porfiroblástica: presença de cristais grandes deformados/recristalizados em matriz fina

Estruturas Metamórficas

  • Bandamento: alternância de níveis de minerais diferentes (ex: gnaisse, formação ferrífera bandada-itabirito)

  • Xistosidade: planos de clivagem bem definidos

  • Olho de augen: cristais grandes deformados, típicos de gnaisses

  • Migmatítica: mistura de rocha metamórfica e ígnea, indicando fusão parcial

Granito porfirítico

Basalto vesicular

Calcário fossilífero

Arenito com estratificação cruzada

Formação ferrífera bandada (Itabirito)

Migmatito

Gnaisse porfiroblástico

📚 Bibliografia Indicada sobre Gênese e Classificação das Rochas, em geral:

📘 Geraldo Norberto Chaves Sgarbi (2012)

Título: Petrografia Macroscópica das Rochas Ígneas, Sedimentares e Metamórficas
Editora: Editora UFMG
Edição: 2ª edição revisada e ampliada
Páginas: 626 p.
Obra didática e ilustrada voltada para estudantes e profissionais, com foco em descrição macroscópica, classificação e ambientes de ocorrência das rochas brasileiras.

📙 Sebastião de Oliveira Menezes (2013)

Título: Rochas: Manual Fácil de Estudo e Classificação
Editora: Oficina de Textos
Páginas: 112 p.
Manual didático com roteiro para identificação macroscópica de 99 rochas, incluindo características chaves de reconhecimento, ilustrações e glossário técnico.

📗Blatt, H.; Tracy, R.J.; Owens, B.E. (2006)

Título: Petrology: Igneous, Sedimentary, and Metamorphic
Editora: W.H. Freeman and Company
Edição: 3ª edição
Páginas: 530 p.
Obra clássica e abrangente que trata da petrologia das três grandes classes de rochas, com foco em processos geológicos, mineralogia e classificação.

Classificação das Rochas Ígneas

Rochas Ígneas são divididas principalmente com base no modo de ocorrência (intrusivas ou extrusivas), na composição química e mineralógica, e na textura. A composição química, especialmente o teor de sílica (SiO₂), é outro critério essencial. Com base nisso, as rochas são classificadas em ácidas (alto teor de sílica), intermediárias, básicas e ultrabásicas (baixo teor de sílica). Essa composição influencia diretamente as propriedades físicas da rocha, como densidade, cor e resistência. A textura, por sua vez, revela o histórico de resfriamento do magma e pode ser fanerítica (cristais grandes), afanítica (cristais pequenos), porfirítica (mistura de tamanhos), vítrea ou vesicular.

Além das categorias clássicas — ácidas, intermediárias, básicas e ultrabásicas — existem subtipos que revelam ambientes magmáticos específicos e processos diferenciados de cristalização. As rochas alcalinas, por exemplo, são ricas em álcalis (Na₂O + K₂O) e pobres em sílica, favorecendo a formação de minerais como nefelina, leucita e sodalita. Elas ocorrem em províncias magmáticas intraplaca e estão associadas a magmatismo anômalo, como em zonas de rift ou hotspots. No Brasil, destacam-se os complexos alcalinos de Poços de Caldas, Jacupiranga e Serra da Mantiqueira.

As rochas shoshoníticas representam uma série magmática rica em potássio, comumente com textura porfirítica e mineralogia dominada por olivina, augita, plagioclásio e sanidina. São típicas de ambientes de arco magmático e refletem uma evolução híbrida entre magmas máficos e sieníticos. Sua presença indica processos de assimilação crustal e diferenciação fracionada em zonas de subducção.

As rochas pegmatíticas são o produto final da cristalização magmática, caracterizadas por cristais de tamanho excepcionalmente grande e alta concentração de elementos incompatíveis e voláteis. Formam-se em veios ou bolsões associados a granitos e são economicamente importantes por concentrarem minerais raros como lítio, berílio, tântalo e gemas como turmalina e berilo.

Entre os subtipos mais relevantes do ponto de vista econômico e geotectônico estão os complexos ultramáficos acamadados. Esses corpos intrusivos de grande porte são compostos predominantemente por rochas ultramáficas como peridotitos, piroxenitos e dunitos, dispostos em camadas rítmicas ou cíclicas. A estrutura acamadada resulta da cristalização fracionada em câmaras magmáticas estáveis, onde minerais como olivina, piroxena e cromita se segregam por densidade. Esses complexos são extremamente importantes por hospedarem depósitos de minerais estratégicos como cromita, platinoides (Pt, Pd), níquel, cobre e vanádio. Exemplos clássicos incluem o Complexo de Bushveld (África do Sul), o Stillwater (EUA) e o Great Dyke (Zimbábue). No Brasil, o Complexo de Niquelândia (GO) é um exemplo notável, com potencial para exploração de níquel e platinoides.

Portanto, a classificação das rochas ígneas vai muito além da distinção entre granito e basalto. Ela envolve uma análise integrada da mineralogia, química, textura, estrutura e contexto geotectônico, sendo o diagrama QAPF uma ferramenta indispensável para petrologistas. A compreensão dos subtipos — como alcalinas, shoshoníticas, pegmatíticas e ultramáficas acamadadas — permite não apenas reconstruir a história magmática de uma região, mas também identificar potenciais depósitos minerais e entender a dinâmica profunda do planeta.

O Que é o Diagrama de Streckeisen (QAPF)?

O diagrama QAPF foi desenvolvido por Albert Streckeisen e é recomendado pela IUGS (União Internacional de Ciências Geológicas) para classificar rochas ígneas plutônicas (intrusivas) e vulcânicas (extrusivas) com base na proporção de quatro grupos minerais:

  • Q = Quartzo (SiO₂)

  • A = Feldspatos alcalinos (ex: ortoclásio, microclina)

  • P = Plagioclásios (ex: albita, anortita)

  • F = Feldspatóides (ex: nefelina, leucita) — usados em diagramas alternativos quando não há quartzo

Como Funciona o Diagrama?

O diagrama é ternário, ou seja, um triângulo dividido em regiões que representam diferentes tipos de rochas. A posição de uma amostra no diagrama depende da porcentagem relativa de Q, A e P (ou F, A e P, se não houver quartzo).

🔹 Para rochas com quartzo:

Exemplo de uso do diagrama QAP:

  • Se a rocha tem mais de 20% de quartzo → pode ser classificada como granito ou riolito

  • Se o quartzo é ausente → entra no diagrama FAP

🔹 Para rochas com feldspatóides:

Usa-se o diagrama FAP:

  • Exemplo: sienito nefelínico, fonolito

O diagrama QAPF geralmente é representado nas versões de Rochas Plutônicas e de Rochas Vulcânicas para facilitar a classificação das rochas com base na composição modal, ou seja, a porcentagem real dos minerais observados em lâmina delgada, ou usar equivalentes químicos.

📚 Bibliografia Indicada sobre Petrografia e Petrologia das Rochas Ígneas:

📘 Costa, Antônio Gilberto (2014)

Título: Rochas Ígneas e Metamórficas: Texturas e Estruturas
Editora: Editora UFMG
Obra técnica que descreve rochas ígneas e metamórficas nacionais e estrangeiras, com foco em petrografia macro e microscópica, composição mineralógica e aplicações industriais.

📗Winter, John D. (2010)

Título: Principles of Igneous and Metamorphic Petrology
Editora: Pearson Education
Edição: 2ª edição
Páginas: 720 p.
Obra técnica amplamente adotada em cursos de geologia, com foco em petrologia ígnea e metamórfica, diagramas de fase, processos magmáticos e classificação geoquímica.

📙 Wilson, Marjorie (1989)

Título: Igneous Petrogenesis: A Global Tectonic Approach
Editora: Springer
Páginas: 466 p.
Aborda a gênese das rochas ígneas em diferentes contextos tectônicos, com enfoque em petrologia comparativa e geoquímica.

📘 Best, Myron G. (2003)

Título: Igneous and Metamorphic Petrology
Editora: Wiley-Blackwell
Edição: 2ª edição
Páginas: 729 p.
Obra técnica com detalhamento sobre classificação de rochas ígneas e metamórficas, incluindo tectônica, mineralogia e processos de cristalização.

📗Le Maitre, R.W. (2002)

Título: Igneous Rocks: A Classification and Glossary of Terms
Editora: Cambridge University Press
Edição: 2ª edição
Páginas: 252 p.
Manual oficial da IUGS para classificação de rochas ígneas, com destaque para rochas alcalinas como fonolitos, nefelinitos e tefritas.

Rochas Ígneas Alcalinas

Rochas Ígneas Alcalinas

As rochas ígneas alcalinas são ricas em óxidos de sódio (Na₂O) e potássio (K₂O), com baixa saturação de sílica. Elas se formam em ambientes tectônicos específicos, como riftes continentais ou ilhas oceânicas.

Características principais:

  • Presença de minerais como nefelina, leucita, sodalita

  • Textura variável: granular em intrusivas, afânica em extrusivas

  • Exemplos: fonolito (extrusiva), sienito nefelínico (intrusiva)

Importância geológica:

  • Associadas a magmatismo anômalo

  • Podem conter minerais raros e economicamente valiosos (ex: terras raras)

📚 Bibliografia Indicada sobre Gênese e Classificação das Rochas Alcalinas:

📘 Gomes, Celso de Barros (2005)

Título: Mesozoic to Cenozoic Alkaline Magmatism in the Brazilian Platform
Editora: Edusp / FAPESP
Páginas: 376 p.
Obra de referência sobre o magmatismo alcalino no Brasil, com capítulos sobre petrografia, geoquímica e tectônica. Abrange carbonatitos, nefelinitos, fonolitos e outros tipos alcalinos.
FAPESP – Projeto Temático

📗 Woolley, A.R. (2001)

Título: Alkaline Rocks and Carbonatites of the World, Part 1: North and South America
Editora: Geological Society of London
Páginas: 372 p.
Catálogo técnico das ocorrências de rochas alcalinas e carbonatitos nas Américas, com dados petrográficos e geoquímicos.

📙Sørensen, H. (1974)

Título: The Alkaline Rocks
Editora: Wiley-Interscience
Páginas: 622 p.
Obra clássica sobre petrologia de rochas alcalinas, incluindo classificação, mineralogia e ambientes tectônicos.

Pegmatitos

Origem e Ambiente de Formação

Os pegmatitos são rochas ígneas de granulação extremamente grossa, formadas nas últimas fases da cristalização de magmas graníticos. Eles se originam a partir de fluídos ricos em água, voláteis e elementos incompatíveis, que permanecem no magma após a cristalização dos minerais principais.

Esses fluídos proporcionam o crescimento de cristais gigantes e a concentração de elementos raros. Os pegmatitos geralmente se formam em ambientes profundos da crosta terrestre, próximos a intrusões graníticas, em zonas de fraturas ou cavidades onde os fluidos podem se acumular.

Características Gerais:

  • Granulação muito grossa: Cristais podem atingir vários centímetros ou até metros.

  • Mineralogia semelhante ao granito: Quartzo, feldspato (ortoclásio e plagioclásio) e mica (biotita ou muscovita).

  • Presença de minerais raros: Como berilo, turmalina, espodumênio, apatita, zircão, entre outros.

  • Textura fanerítica grossa: Com crescimento lento e ordenado.

  • Zonas internas diferenciadas: Núcleo, bordas e zonas intermediárias com variação mineralógica.

Importância Econômica:

Os pegmatitos são extremamente valiosos economicamente por concentrarem elementos raros e estratégicos, usados em diversas indústrias:

  • Lítio (espodumênio, lepidolita): baterias e tecnologia.

  • Tântalo e nióbio (columbita-tantalita): eletrônicos e superligas.

  • Césio (pollucita): aplicações em telecomunicações.

  • Berílio (berilo): gemas, ligas leves e aeroespaciais.

  • Gemas: turmalina, topázio, água-marinha, granada, entre outras.

Além disso, são fontes de feldspato e quartzo de alta pureza, usados na indústria cerâmica e de vidro.

Locais Comuns de Ocorrência:

Os pegmatitos ocorrem em diversos locais do mundo, com destaque para:

  • Minas Gerais (Brasil): região do Vale do Jequitinhonha e Araçuaí, famosa por gemas e lítio.

  • Estados Unidos: Carolina do Norte, Califórnia e Maine.

  • Canadá: província de Manitoba e Ontário.

  • Afeganistão e Paquistão: Extração de gemas como turmalina e água-marinha.

  • Madagascar: grande variedade de minerais raros.

Pegmatito

Veios pegmatíticos

📘 Neves, P.C.P.; Atencio, D. (2015)

Título: Enciclopédia dos Minerais do Brasil – Pegmatitos
Editora: ULBRA – Universidade Luterana do Brasil
Volume: 4
Páginas: 384 p.
Obra dedicada aos minerais de pegmatitos brasileiros, com descrição detalhada de ocorrências, mineralogia, petrografia e classificação.

📗 Černý, P.; Ercit, T.S. (2005)

Título: The Classification of Pegmatites
Fonte: The Canadian Mineralogist, Vol. 43, pp. 2005–2026
Artigo técnico que propõe uma classificação moderna dos pegmatitos com base em composição química, estrutura interna e ambiente geológico.

📙London, David (2008)

Título: Pegmatites
Editora: Mineralogical Society of America
Série: Reviews in Mineralogy and Geochemistry, Vol. 10
Páginas: 347 p.
Obra de referência internacional sobre petrologia de pegmatitos, com foco em processos magmáticos, cristalização fracionada e mineralogia.

📘 Simmons, W.B.; Webber, K.L.; Falster, A.U.; Nizamoff, J.W. (2013)

Título: Pegmatology: Pegmatite Mineralogy, Geochemistry and Petrogenesis
Editora: Lithographie, LLC
Páginas: 176 p.
Livro ilustrado com foco em mineralogia e petrogênese de pegmatitos, incluindo diagramas, fotos e estudos de campo.

📚 Bibliografia Indicada sobre Gênese e Classificação dos Pegmatitos:

📘 Silva, A.C.; Gomes, C.B. (2001)

Título: Pegmatitos do Brasil: Geologia, Mineralogia e Potencial Econômico
Editora: CPRM – Serviço Geológico do Brasil
Páginas: 210 p.
Obra técnica sobre os principais distritos pegmatíticos brasileiros, com mapas, descrições petrográficas e mineralógicas.

📗 Dalan, Clarissa de Aguiar (2025)

Título: Petrografia, geoquímica e geocronologia de aplitos de pegmatitos não zonados da Província Pegmatítica do Seridó
Editora: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Tipo: Tese de Doutorado em Geociências
Páginas: —
Estudo detalhado sobre aplitos associados a pegmatitos, com foco em petrografia, geoquímica e geocronologia U-Pb SHRIMP em zircão.
UFPE Repositório

📙Souza, Lucas Kenni dos Santos (2022)

Título: Geoquímica e Geocronologia de Pegmatitos: Interpretação da Gênese e Origem dos Fluidos a partir de Microanálises de U-Pb e Elementos Traços em Apatitas
Editora: Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
Tipo: Monografia de Graduação
Páginas: 37 p.
Estudo sobre gênese de pegmatitos com base em microanálises de apatita, incluindo petrografia e geoquímica.
UFOP Monografias

Classificação das Rochas Sedimentares

Classificação das Rochas Sedimentares

As rochas sedimentares são agrupadas em 03 grandes grupos:

1. Clásticas (Detríticas)

Formadas por fragmentos de outras rochas.

  • Exemplos: arenito, conglomerado, siltito, argilito, tilito.

  • Classificadas pela granulometria (tamanho dos grãos)

2. Químicas

Originadas por precipitação de substâncias dissolvidas.

  • Exemplos: calcário, dolomito, halita, gipsita

  • Associadas a ambientes marinhos ou evaporíticos (ex: salares)

3. Orgânicas

Derivadas da acumulação de matéria orgânica.

  • Exemplos: carvão mineral, calcário fossilífero

  • Indicadores de ambientes ricos em vida e baixa oxigenação

Texturas Sedimentares:

A textura revela o tamanho, forma e arranjo dos grãos:

  • Granulometria: grossa (conglomerado), média (arenito), fina (argilito)

  • Forma dos grãos: arredondados (transporte longo) ou angulosos (transporte curto)

  • Seleção: bem selecionados (grãos de tamanho uniforme) ou mal selecionados

  • Matriz e cimento: matriz é o material fino entre os grãos; cimento pode ser sílica, carbonato ou óxidos de ferro, por exemplo.

Estruturas Sedimentares:

As estruturas são fundamentais para interpretar o ambiente deposicional:

  • Estratificação: camadas horizontais ou inclinadas

  • Estratificação cruzada: indica ação de correntes (ex: dunas, deltas)

  • Granodecrescência: granulação decrescente de baixo para cima, ou vice-versa.

  • Ripple marks: ondulações causadas por água ou vento

  • Fendas de dessecação: indicam exposição ao ar e secagem

  • Bioturbação: marcas deixadas por organismos

  • Fósseis: evidências de vida passada, usados para datação e reconstrução ambiental

Importância Científica e Econômica:

  • Registro de ambientes antigos e mudanças climáticas

  • Fonte de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás natural)

  • Reservatórios de água subterrânea (aquíferos)

  • Matéria-prima para construção (calcário, arenito)

  • Indicação de recursos minerais (evaporitos, fosfatos)

Grupos Principais das Rochas Sedimentares:

1. Rochas Sedimentares Clásticas (ou Detríticas)

Formadas pela compactação e cimentação de fragmentos de outras rochas.

Subgrupos por granulometria:

  • Conglomerado: grãos > 2 mm, arredondados

  • Brecha: grãos > 2 mm, angulosos

  • Arenito: grãos entre 0,062 mm e 2 mm

  • Siltito: grãos entre 0,004 mm e 0,062 mm

  • Argilito: grãos < 0,004 mm

Subgrupos por ambiente:

  • Fluvial (ex: arenito com estratificação cruzada)

  • Marinho (ex: turbiditos)

  • Glacial (ex: tillito)

  • Eólico (ex: arenitos)

2. Rochas Sedimentares Químicas

Originadas por precipitação de substâncias dissolvidas em solução.

Subgrupos por composição:

  • Carbonáticas: calcário, dolomito

  • Evaporíticas: halita (sal-gema), gipsita (gesso), anidrita

  • Siliciclásticas químicas: chert, sílex

  • Fosfatadas: fosforito

Subgrupos por ambiente:

  • Lagos salinos

  • Bacias marinhas restritas

  • Cavernas (estalactites e estalagmites)

3. Rochas Sedimentares Orgânicas

Formadas pela acumulação de matéria orgânica vegetal ou animal.

Subgrupos por origem biológica:

  • Carvão mineral: turfa → linhito → hulha → antracito

  • Calcário fossilífero: restos de conchas, corais

  • Coquina: fragmentos de conchas pouco cimentados

  • Petrolíferas: rochas geradoras de petróleo (ex: folhelhos ricos em matéria orgânica) e rochas reservatório (ex: arenitos)

Subgrupos por ambiente:

  • Pântanos e zonas de baixa oxigenação (principais formadores de carvão mineral)

  • Recifes e plataformas carbonáticas

  • Bacias sedimentares profundas (principais formadores de petróleo)

Arenito

Salares

Espeleotemas em calcário

Carvão mineral

Conglomerado

Varvito

📘 Adams, A.E.; MacKenzie, W.S.; Guilford, C. (1984)

Título: A Colour Atlas of Sedimentary Rocks under the Microscope
Editora: Longmans, Harlow
Atlas fotográfico com micrografias de rochas sedimentares, útil para petrografia óptica e identificação mineralógica.

📙Blatt, H.; Middleton, G.; Murray, R. (1980)

Título: Origin of Sedimentary Rocks
Editora: Prentice Hall
Páginas: 782 p.
Obra clássica sobre petrologia sedimentar, com foco em processos físicos e químicos de formação e classificação.

📗 Galopim de Carvalho, A.M.G. (2003, 2005)

Título: Geologia Sedimentar

  • Vol. 1: Sedimentogênese (2003)

  • Vol. 2: Sedimentologia (2005)
    Editora: Âncora Editora, Lisboa

    Série portuguesa que aborda desde a origem dos sedimentos até os processos de transporte, deposição e diagênese.

📚 Bibliografia Indicada sobre Gênese e Classificação das Rochas Sedimentares:

📘 Suguio, K. (1982)

Título: Rochas Sedimentares: Propriedades, Gênese e Importância Econômica
Editora: Ed. Blucher, São Paulo
Obra clássica nacional que aborda os processos de formação, propriedades físicas e aplicações econômicas das rochas sedimentares.

📙Garcia, M.G.M.; Mancini, F. (2019)

Capítulo: Origem, formação e importância das rochas sedimentares
In: Ciências da Terra: Módulo 2 – Origem e formação de minerais, rochas e solos
Editora: IBEP, São Paulo
Páginas: cap. 5, pp. 80–100
Capítulo introdutório sobre petrologia sedimentar, voltado para ensino técnico e superior.

📗 Tucker, M.E. (2008)

Título: Sedimentary Petrology: An Introduction to the Origin of Sedimentary Rocks
Editora: Blackwell Publishing
Edição: 3ª edição
Referência internacional sobre classificação, processos deposicionais, diagênese e ambientes sedimentares.

Classificação das Rochas Metamórficas

Rochas Metamórficas: A Arte da Transformação Geológica

As rochas metamórficas são formadas a partir da alteração de rochas pré-existentes — sejam ígneas, sedimentares ou outras metamórficas — sob condições de alta pressão, temperatura e/ou ação de fluidos, sem que haja fusão completa. Esse processo, chamado metamorfismo, reorganiza a estrutura mineralógica e química da rocha original, criando novas texturas, estruturas e minerais.

Origem e Tipos de Metamorfismo:

O metamorfismo ocorre em diferentes contextos geológicos, e pode ser classificado em:

1. Metamorfismo Regional

  • Ocorre em grandes áreas, geralmente em zonas de colisão tectônica.

  • Alta pressão e temperatura.

  • Forma rochas como xisto, gnaisse e filito.

2. Metamorfismo de Contato

  • Próximo a intrusões magmáticas.

  • Alta temperatura, baixa pressão.

  • Forma rochas como hornfels e skarnito.

3. Metamorfismo Dinâmico (ou Cataclástico)

  • Associado a zonas de falha.

  • Alta pressão mecânica, baixa temperatura.

  • Forma rochas como cataclasito.

4. Milonitização

  • Associado a zonas de cisalhamento/falha.

  • Alta pressão mecânica, alta temperatura.

  • Forma rochas dúcteis como milonito.

5. Metamorfismo Hidrotermal

  • Interação com fluidos quentes ricos em minerais.

  • Comum em ambientes vulcânicos e dorsais oceânicas.

Composição Mineralógica:

A composição depende da rocha original (protólito) e das condições de metamorfismo.

Alguns minerais são indicadores de grau metamórfico:

  • Baixo grau: clorita, muscovita, talco

  • Médio grau: biotita, granada, estaurolita

  • Alto grau: silimanita, cianita, andaluzita

Exemplos de protólitos e seus derivados:

| Protólito (original) | Rocha Metamórfica |

|----------------------|-------------------|

| Calcário | Mármore |

| Arenito | Quartzito |

| Argilito | Xisto |

| Granito | Gnaisse |

| Basalto | Anfibolito |

Texturas Metamórficas

As texturas revelam o arranjo dos minerais após o metamorfismo:

  • Foliada: minerais alinhados em planos paralelos (ex: xisto, gnaisse)

  • Não foliada: minerais recristalizados sem orientação (ex: mármore, quartzito)

  • Granoblástica: cristais equidimensionais, comuns em rochas não foliadas

  • Porfiroblástica: cristais grandes (porfiroblastos) em matriz fina

  • Lepidoblástica: minerais lamelares (ex: micas) orientados

Estruturas Metamórficas

As estruturas refletem os processos tectônicos e deformações:

  • Xistosidade: planos de clivagem bem definidos, típicos de xistos

  • Bandamento gnáissico: alternância de minerais claros e escuros

  • Olho de augen: cristais grandes deformados, comuns em gnaisses

  • Migmatítica: mistura de rocha metamórfica e ígnea, indicando fusão parcial

  • Milonítica: estrutura de deformação dúctil por cisalhamento intenso

Ambientes Geológicos de Formação

  • Zonas de subducção: alta pressão, baixa temperatura → forma cianita

  • Cinturões orogênicos: alta pressão e temperatura → forma gnaisses e xistos

  • Intrusões magmáticas: calor intenso → forma hornfels

  • Zonas de falha: deformação mecânica → forma milonitos

Importância Científica e Econômica

  • Indicadores de tectonismo e história geológica

  • Fonte de minerais industriais, metais preciosos e gemas (granada, cianita, silimanita)

  • Matéria-prima para construção (mármore, quartzito)

  • Registro de condições extremas da crosta terrestre

Diagrama de Fácies Metamórficas:

Vamos explorar o diagrama de fácies metamórficas, uma ferramenta essencial na petrologia para entender como as rochas se transformam sob diferentes condições de temperatura (T) e pressão (P).

O que é uma fácies metamórfica?

Uma fácies metamórfica representa um conjunto de condições físico-químicas (T e P) sob as quais certos minerais índice são estáveis. Cada fácies corresponde a um ambiente geológico específico e gera rochas com características distintas.

Estrutura do Diagrama:

O diagrama é geralmente um gráfico com:

  • Eixo horizontal → Temperatura (°C), variando de ~100°C a 1000°C

  • Eixo vertical → Pressão (kbar), variando de ~1 a >15 kbar

  • As fácies são delimitadas em campos que representam zonas de estabilidade mineral

Hornfels e Sanidinito são relacionadas a metamorfismo de contato.

  • Fácies de baixa T e P → rochas pouco metamorfoseadas, próximas da diagênese

  • Fácies intermediárias → típicas de cinturões orogênicos (ex: Andes, Himalaia)

  • Fácies de alta P e baixa T → indicam subducção (ex: zonas de convergência oceânica)

  • Fácies de alta T e P → associadas a profundidades crustais elevadas e anatexia (fusão parcial)

Usos e Aplicações:

  • Reconstrução de história tectônica de terrenos metamórficos

  • Identificação de ambientes geodinâmicos (subducção, colisão continental, etc.)

  • Estimativa de grau metamórfico e paragênese mineral

  • Apoio à prospecção de minerais industriais e gemas

Mármore

Quartzito

Gnaisse

Xisto

📙Vernon, R.H.; Clarke, G.L. (2008)

Título: Principles of Metamorphic Petrology
Editora: Cambridge University Press
Páginas: 446 p.
Livro abrangente sobre princípios da petrologia metamórfica, incluindo microestruturas, fácies e ambientes tectônicos.

📗 Spear, F.S. (1993)

Título: Metamorphic Phase Equilibria and Pressure-Temperature-Time Paths
Editora: Mineralogical Society of America
Páginas: 799 p.
Obra técnica sobre equilíbrio de fases e modelagem P-T-t em sistemas metamórficos complexos.

📘 Fettes, D.; Desmons, J. (2007)

Título: Metamorphic Rocks: A Classification and Glossary of Terms
Editora: Cambridge University Press
Páginas: 244 p.
Publicação oficial da IUGS com recomendações para nomenclatura e classificação de rochas metamórficas.

📙Sawyer, E.W. (2008)

Título: Atlas of Migmatites
Editora: The Canadian Mineralogist, Special Publication 9
Páginas: 371 p.
Atlas ilustrado com fotografias e descrições de migmatitos, útil para petrografia avançada.

📗 Passchier, C.W.; Trouw, R.A.J. (2005)

Título: Microtectonics
Editora: Springer Verlag
Páginas: 366 p.
Obra técnica sobre microestruturas em rochas metamórficas e deformação tectônica.

📚 Bibliografia Indicada sobre Gênese e Classificação das Rochas Metamórficas:

📘 Yardley, B.W.D. (2004)

Título: Introdução à Petrologia Metamórfica
Editora: Editora Universidade de Brasília
Páginas: 434 p.
Tradução da edição inglesa de 1989, adaptada ao público brasileiro. Aborda os fundamentos da petrologia metamórfica, incluindo fácies, reações e ambientes tectônicos.

📙Winkler, H.G.F. (1977)

Título: Petrogênese das Rochas Metamórficas
Editora: Edgard Blücher
Obra clássica traduzida para o português, com foco em processos metamórficos e reações mineralógicas em diferentes tipos de protólitos.

📗 Bucher, K.; Frey, M. (1994)

Título: Petrogenesis of Metamorphic Rocks
Editora: Springer Verlag
Edição: 6ª edição
Páginas: 318 p.
Obra técnica sobre processos metamórficos, reações de fase e evolução P-T das rochas metamórficas.

📘 Bucher, K.; Grapes, R. (2011)

Título: Petrogenesis of Metamorphic Rocks
Editora: Springer Verlag
Edição: 8ª edição
Páginas: 428 p.
Atualização da obra anterior, com novos dados sobre geotermobarometria e trajetórias P-T-tempo.