
Banco de Dados e GIS
A Importância do Banco de Dados Geológico e GIS na Exploração Mineral
A exploração mineral moderna depende cada vez mais da integração entre tecnologia, ciência de dados e geoinformação. Nesse contexto, o Banco de Dados Geológico e os Sistemas de Informações Geográficas (GIS ou SIG) desempenham papéis cruciais na eficiência, qualidade e interatividade dos processos de prospecção mineral.
Conceitos Fundamentais
Banco de Dados Geológico: É o repositório estruturado de informações geológicas, geoquímicas, geofísicas e de sondagem. Ele armazena dados em formatos específicos, permitindo análises quantitativas e modelagens tridimensionais de depósitos minerais.
GIS (Sistema de Informações Geográficas): Ferramenta que permite a coleta, processamento, vetorização, análise e visualização de dados espaciais. No contexto da Exploração Mineral e Mineração, o GIS integra mapas geológicos, imagens de satélite, dados topográficos, geoquímicos, geofísicos e informações ambientais para apoiar decisões estratégicas.
Aplicabilidades na Exploração Mineral:
Planejamento de campanhas de sondagem: GIS permite identificar áreas com maior potencial mineral, otimizando recursos e tempo.
Modelagem geológica: Com dados do banco geológico, é possível criar modelos de blocos e superfícies que representam a geometria dos depósitos.
Avaliação econômica de jazidas: A integração de dados geológicos com SIG facilita a estimativa de reservas e a definição da cava ótima.
Gestão ambiental e territorial: GIS auxilia na análise de impactos ambientais e no planejamento de recuperação de áreas degradadas.
Reflexo na Eficácia da Prospecção Mineral:
A combinação entre banco de dados geológico e GIS resulta em:
Maior assertividade na identificação de alvos exploratórios
Redução de custos operacionais
Agilidade na tomada de decisão
Melhor aproveitamento de dados históricos e atuais
Esses fatores tornam a prospecção mais eficiente e aumentam as chances de sucesso na descoberta de depósitos economicamente viáveis.
Controle de Qualidade dos Dados:
A confiabilidade dos modelos geológicos depende da integridade dos dados. O controle de qualidade envolve:
Verificação de cabeçalhos e separadores nos arquivos
Correção de lacunas críticas que impedem importações
Atualização constante dos modelos com dados de sondagens recentes
Esse rigor garante que os dados utilizados sejam consistentes, completos e compatíveis com as ferramentas de análise.
Interatividade e Tomada de Decisão:
O GIS promove uma experiência interativa entre geólogos, engenheiros e gestores:
Visualização dinâmica de mapas e modelos
Simulações de cenários de lavra e recuperação ambiental
Compartilhamento de dados em tempo real entre equipes multidisciplinares
Essa interatividade fortalece a colaboração e torna os processos decisórios mais ágeis e embasados.
Banco de Dados e GIS para Exploração Mineral
Bancos de Dados Geológicos
Como Funcionam os Sistemas de Banco de Dados Geológicos Modernos
Os sistemas de banco de dados geológicos evoluíram para se tornarem plataformas inteligentes que integram dados espaciais, estruturais, geoquímicos, geofísicos e de sondagem de forma segura e interativa, permitindo ser atualizado e acessado em tempo real. Eles são fundamentais para a prospecção mineral, pois garantem a integridade, acessibilidade e aplicabilidade dos dados em todas as fases do ciclo de vida de um projeto mineral.
Estrutura e Arquitetura:
Os sistemas modernos são construídos sobre arquiteturas robustas e escaláveis, geralmente baseadas em:
Bancos relacionais (SQL, PostgreSQL): organizam dados em tabelas interligadas, com controle de integridade referencial.
Serviços em nuvem: permitem acesso remoto, colaboração simultânea e armazenamento seguro.
APIs e conectores: facilitam a integração com softwares de modelagem 3D, SIG e plataformas corporativas.
Fluxo de Funcionamento
Coleta de dados: realizada em campo por meio de dispositivos móveis, sensores ou planilhas digitais.
Validação automática: os dados são verificados no momento da entrada, com regras de consistência, limites e formatos.
Armazenamento estruturado: os dados são organizados por tipo (sondagem, amostragem, litologia, etc.) e vinculados a coordenadas espaciais.
Consulta e visualização: usuários acessam dashboards, mapas interativos e relatórios personalizados.
Exportação e integração: os dados podem ser exportados para softwares como Leapfrog, Surpac, Vulcan ou ArcGIS.
Funcionalidades Comuns
Controle de qualidade (QA/QC): rastreabilidade de amostras, auditoria de dados e validação cruzada.
Histórico de versões: registro de alterações e versões anteriores dos dados.
Colaboração multiusuário: diferentes equipes podem trabalhar simultaneamente com permissões específicas.
Modelagem geológica: integração com ferramentas de modelagem para gerar blocos, seções e estimativas de recursos.
Vantagens dos Sistemas Atuais
Precisão e confiabilidade: dados validados e auditáveis.
Agilidade na tomada de decisão: acesso rápido a informações críticas.
Redução de riscos: minimiza erros humanos e inconsistências.
Escalabilidade: adaptam-se a projetos de pequeno a grande porte.
Interoperabilidade: conectam-se a diversas ferramentas geotécnicas e corporativas.
Esses sistemas não apenas armazenam dados, mas transformam informações geológicas em inteligência estratégica.
Texto atualizado em Outubro de 2025.
Evolução dos Sistemas de Banco de Dados Geológicos (Breve Histórico)
Anos 1970–1980: Os Primórdios Digitais:
Os dados geológicos eram registrados principalmente em papel, planilhas manuais e mapas físicos.
Surgem os primeiros sistemas computacionais rudimentares para armazenar dados tabulares, geralmente em mainframes ou sistemas locais.
A digitalização era limitada e os dados eram pouco integrados.
Anos 1990: A Era das Planilhas e CAD:
Popularização de softwares como Microsoft Excel e AutoCAD para organização e visualização de dados.
Bancos de dados começaram a ser estruturados em arquivos .XLS, .TXT e .CSV, com foco em sondagens e amostras.
Ferramentas CAD passaram a ser usadas para desenhar seções geológicas e mapas topográficos.
A interoperabilidade ainda era baixa, e os dados eram mantidos em silos.
Anos 2000: Integração com SIG e Modelagem 3D:
Expansão dos Sistemas de Informações Geográficas (GIS), como ArcGIS e QGIS, permitindo análise espacial dos dados geológicos.
Surgem softwares especializados como Leapfrog, Surpac e Vulcan, que integram dados de sondagem com modelagem tridimensional.
A estruturação de bancos relacionais (SQL, PostgreSQL) começa a ganhar força, permitindo maior controle e validação dos dados.
Anos 2010: Nuvem, Mobilidade e Colaboração:
Adoção de plataformas baseadas em nuvem, como MX Deposit e Seequent Central, que permitem acesso remoto e colaboração em tempo real.
Aplicativos móveis começam a ser usados para coleta de dados em campo, com sincronização automática.
Ferramentas como acQuire GIM Suite e Fusion oferecem validação de dados desde o ponto de captura, com trilhas de auditoria e controle de qualidade.
Anos 2020–2025: Inteligência Geocientífica e Automação
Integração com inteligência artificial e aprendizado de máquina para análise preditiva de depósitos minerais.
Modelagem probabilística e simulações geológicas com ferramentas como Loop e GemPy.
Interoperabilidade total entre bancos de dados, SIG, modelagem 3D e plataformas de gestão corporativa.
A governança de dados se torna central, com foco em conformidade regulatória e rastreabilidade.
Essa evolução transformou os bancos de dados geológicos de simples repositórios em plataformas estratégicas de inteligência geocientífica, fundamentais para a eficiência, sustentabilidade e sucesso da prospecção mineral.
Softwares de Banco de Dados Geológicos
Os softwares de banco de dados geológicos são fundamentais para transformar dados brutos de campo em inteligência geocientífica aplicável à prospecção mineral, modelagem de depósitos e planejamento de lavra.
Eles garantem integridade, rastreabilidade e acessibilidade dos dados, além de promover colaboração entre equipes multidisciplinares. Abaixo, apresento os principais softwares disponíveis no mercado atualmente, com suas características e vantagens:
Esses sistemas evoluíram de simples planilhas para plataformas integradas com validação automática, visualização 3D, interoperabilidade com SIG e suporte à nuvem. Eles permitem:
Coleta e validação de dados em campo e de testemunhos de sondagem
Armazenamento estruturado e seguro
Visualização espacial e disponibilização para GIS, modelagem geológica, entre outras demandas
Controle de qualidade (QA/QC)
Colaboração em tempo real
Principais Softwares do Mercado:
1. acQuire GIM Suite
Plataforma: Desktop, Web e Mobile
Funcionalidades:
Validação de dados desde a captura
Controle de qualidade integrado
Suporte a dados de sondagem, geoquímica, geotecnia e hidrogeologia
Interface: Moderna, com suporte offline
Vantagens:
Alta confiabilidade e governança
Escalabilidade corporativa
Integração com ferramentas de modelagem e SIG
2. MX Deposit (Seequent)
Plataforma: Nuvem, Web e Mobile
Funcionalidades:
Registro dinâmico de dados de sondagem
Colaboração em tempo real
Dashboards interativos
Interface: Intuitiva, acessível via navegador e app
Vantagens:
Redução de custos com infraestrutura
Licenciamento flexível
Integração com Leapfrog, Central e Target
3. Fusion (Datamine)
Plataforma: Desktop e Web
Funcionalidades:
Gerenciamento de dados geológicos, geoquímicos e QA/QC
Controle de acesso por usuário
Relatórios avançados e integração via API
Interface: Personalizável, com aplicativo móvel (QuickLogger)
Vantagens:
Validação imediata dos dados
Alta conformidade regulatória
Flexibilidade para diferentes operações
4. CorePlan
Plataforma: Nuvem
Funcionalidades:
Gestão de dados de perfuração e amostragem
Rastreamento de amostras e QA/QC
Dashboards analíticos
Interface: Moderna e colaborativa
Vantagens:
Ideal para equipes distribuídas
Foco em segurança e rastreabilidade
5. Seequent Central
Plataforma: Nuvem
Funcionalidades:
Gerenciamento de modelos geológicos e versões
Colaboração entre equipes técnicas
Histórico de alterações e auditoria
Interface: Integrada com Leapfrog e MX Deposit
Vantagens:
Ideal para projetos complexos
Transparência e controle de versões
6. Imago
Plataforma: Nuvem
Funcionalidades:
Armazenamento e organização de imagens geológicas
Vinculação com dados de sondagem
Interface: Visual e interativa
Vantagens:
Melhora o controle visual de testemunhos
Integração com Leapfrog e Central
Esses softwares atendem desde pequenas empresas de exploração até grandes mineradoras com operações globais. A escolha ideal depende do porte do projeto, da complexidade dos dados e da necessidade de integração com outras ferramentas geotécnicas.
📚 Bibliografia indicada sobre Sistemas de Banco de Dado Geológico:
📘 Silva, M. A. L.; Oliveira, R. A. (2018)
Título: Sistema de banco de dados geológico para gerenciamento de informações em projetos de exploração mineral
Editora: Congresso Brasileiro de Geologia – SBG
Volume: Anais do 49º CBG
Páginas: 1–10
Apresenta o desenvolvimento de um sistema de banco de dados relacional para integrar dados de sondagem, geoquímica e mapeamento em projetos de exploração mineral.
📗Giles, J. R. A. (ed.) (1995)
Título: Geological Data Management
Editora: Geological Society of London
Volume: Geological Society Special Publication 97
Páginas: 192 p
Volume focado especificamente em projetos de base de dados geológicas: design, modelagem, qualidade, segurança, casos de estudo (muito útil para estruturação, padrões de dados e gestão).
📙 Hoffman, David R. (2003)
Título: Effective Database Design for Geoscience Professionals
Editora: PennWell Corporation
Páginas: 263 p.
Manual prático para projetar bancos de dados para dados geocientíficos (tipos de dados, normalização, entrada, validação, interfaces/UX para geocientistas) — útil tanto para bases relacionais como para esquemas híbridos geoespaciais.
📗Wambo, J. D. T. & Tanni Quinter W. (2022)
Título: GIS and Database Management for Mining Exploration
Editora: IntechOpen
Volume: Capítulo em livro (GIS and Spatial Analysis)
Capítulo prático — descreve passo-a-passo a construção de um sistema GIS+BD para exploração, verificação de qualidade do dado de campo, formatos e implementação (boas práticas e exemplo de caso)
GIS (Geographic Information System) ou
SIG (Sistema de Informação Geográfica)
O GIS é uma ferramenta estratégica na prospecção mineral moderna, permitindo integrar dados espaciais, geológicos e ambientais para identificar alvos exploratórios com maior precisão, reduzir custos e promover operações responsáveis.
GIS na Prospecção Mineral: Inteligência Espacial para Descoberta de Recursos
O uso de Sistemas de Informação Geográfica (GIS) na prospecção mineral vem revolucionando a forma como geocientistas analisam, interpretam e tomam decisões sobre áreas com potencial mineral. Ao integrar dados espaciais com informações geológicas, geoquímicas e geofísicas, o GIS permite uma abordagem multidimensional e dinâmica na busca por depósitos minerais.
GIS (Geographic Information System) é um sistema que coleta, armazena, processar, analisa e visualiza dados georreferenciados. Na Exploração Mineral/Mineração, ele é usado para:
Mapear e analisar terrenos e estruturas geológicas
Integrar dados de sondagem, amostragem e geofísica
Gerar modelos espaciais e mapas temáticos
Simular cenários de exploração e impacto ambiental
Funcionamento dos GIS na Exploração Mineral:
Os Sistemas de Informação Geográfica (GIS) são ferramentas que permitem visualizar, analisar e interpretar dados com referência espacial. Na mineração, eles são usados para transformar grandes volumes de dados geocientíficos em mapas interativos, modelos preditivos e relatórios técnicos que orientam a prospecção de recursos minerais.
Etapas do Funcionamento
Coleta de Dados Geoespaciais
Fontes incluem imagens de satélite e drone, mapas topográficos, levantamentos geológico, geoquímicos e geofísicos de campo e dados de sondagem,
Os dados são georreferenciados, ou seja, associados a coordenadas específicas na superfície terrestre.
Integração e Armazenamento
Os dados são organizados em camadas temáticas (geologia, estrutura, drenagem, vegetação, etc.).
Sistemas robustos de banco de dados permitem manipular grandes volumes de dados em formatos de tabelas, vetoriais, raster, etc.
Análise Espacial
Técnicas como interpolação, análise de proximidade, densidade e estatística espacial são aplicadas para identificar padrões e anomalias.
GIS permite sobrepor diferentes camadas para localizar áreas com maior potencial mineral.
Modelagem e Visualização
Criação de mapas geológicos detalhados e modelos 2D e visualização 3D de depósitos minerais.
Simulações de cenários de lavra, impacto ambiental e recuperação de áreas degradadas.
Tomada de Decisão
Os resultados são usados para definir locais de sondagem, estimar recursos, planejar operações e avaliar riscos.
GIS também apoia o licenciamento ambiental e a comunicação com stakeholders.
Funcionalidades Técnicas:
Georreferenciamento de dados de superfície e de sondagem
Planejamento de amostragem e análise de resultados
Geração de mapas de calor e interpolação (ex: krigagem)
Integração com imagens de satélite e de drones
Dashboards interativos com indicadores geológicos entre outros.
Aplicações na Prospecção Mineral:
Identificação de Alvos Exploratórios
GIS permite sobrepor mapas geológicos com dados geoquímicos e geofísicos para localizar anomalias minerais.
Ferramentas de interpolação espacial ajudam a prever áreas com maior probabilidade de ocorrência de anomalias.
Planejamento de Campanhas de Sondagem
Permite otimizar a a locação e distribuição de furos de sondagem com base em critérios geológicos, geoquímicos, geofísicos e logísticos.
Permite reduz custos operacionais ao evidenciar áreas de baixo potencial.
Modelagem Geológica e Ambiental
Criação de modelos 2D e 3D de anomalias e estruturas.
Avaliação de impactos ambientais e planejamento de recuperação de áreas degradadas.
Gestão de Dados Espaciais
Centraliza informações de campo, laboratório e sensores em uma única plataforma.
Facilita o compartilhamento de dados entre equipes técnicas e gestores.
Vantagens Estratégicas:
Maior precisão na prospecção: decisões baseadas em evidências espaciais.
Redução de riscos e custos: permite evitar investimentos em áreas improdutivas.
Agilidade na tomada de decisão: visualização clara e dinâmica dos dados.
Conformidade ambiental: suporte à análise de impacto e licenciamento.
Integração com Outros Sistemas:
O GIS se conecta com bancos de dados geológicos (ex: acQuire, MX Deposit e Fusion), softwares de modelagem 3D (ex: Leapfrog, Surpac) e plataformas corporativas, permitindo criar um ecossistema digital completo para a mineração.
O GIS não é apenas uma ferramenta cartográfica, mas um sistema de inteligência geoespacial que transforma dados em conhecimento estratégico. Na prospecção mineral, ele representa a convergência entre ciência, tecnologia e operações responsáveis.
Evolução do GIS ao longo dos anos:
A evolução dos softwares de GIS (Sistemas de Informação Geográfica) nas últimas décadas é marcada por avanços tecnológicos significativos que transformaram a forma como analisamos e visualizamos dados espaciais.
Aqui está um panorama histórico:
Evolução dos Softwares de GIS nas Últimas Décadas:
Década de 1960–1970: Os Primeiros Passos
O termo “GIS” foi cunhado por Roger Tomlinson em 1963, considerado o “pai do GIS”.
O primeiro sistema funcional foi o Canadian Geographic Information System (CGIS), criado para inventariar recursos naturais no Canadá.
Os sistemas eram desenvolvidos em ambientes acadêmicos e governamentais, com foco em planejamento territorial.
Década de 1980: Surgimento dos Softwares Comerciais
A Esri lança os primeiros produtos GIS comerciais, como ARC/INFO, voltados para análise espacial e cartografia digital.
A popularização dos computadores pessoais permite que universidades e empresas comecem a adotar GIS.
Ferramentas ainda exigiam conhecimento técnico avançado e operavam em ambientes UNIX.
Década de 1990: Interface Gráfica e Expansão
Surge o ArcView, com interface gráfica amigável, tornando o GIS mais acessível.
Integração com bancos de dados relacionais (SQL) e ferramentas CAD.
Expansão do uso em setores como meio ambiente, agricultura, transporte e mineração.
Década de 2000: GIS na Web e Interoperabilidade
Lançamento do ArcGIS Desktop e posteriormente ArcGIS Server, permitindo publicação de mapas na web.
Adoção de padrões abertos (OGC) e interoperabilidade entre softwares.
Ferramentas como QGIS surgem como alternativas gratuitas e de código aberto.
Década de 2010: GIS em Nuvem e Mobilidade
Plataformas como ArcGIS Online e Google Earth Engine permitem análise e visualização de dados geográficos diretamente na nuvem.
Aplicativos móveis para coleta de dados em campo (Collector, Survey123).
Integração com sensores, drones e imagens de satélite em tempo real.
Década de 2020–2025: Inteligência Geoespacial
GIS se integra com inteligência artificial, machine learning e big data.
Ferramentas como ArcGIS Pro, QGIS 3.x e GeoAI oferecem modelagem preditiva e análise automatizada.
Uso crescente em cidades inteligentes, gestão de riscos, mineração e saúde pública.
A história dos softwares de GIS é uma jornada de inovação contínua, que transformou mapas em ferramentas poderosas de análise espacial e tomada de decisão.
Softwares de GIS
Os Sistemas de Informação Geográfica (GIS) são ferramentas essenciais na exploração mineral moderna. Eles permitem integrar dados espaciais com informações geológicas, geoquímicas, geofísicas e ambientais, oferecendo suporte à identificação de alvos exploratórios, planejamento de sondagens, avaliação de impacto ambiental e otimização de recursos. A escolha do software depende do porte do projeto, da complexidade dos dados e da necessidade de interoperabilidade com outras plataformas.
Principais Softwares GIS para Exploração Mineral
1. ArcGIS – Esri
Características: Plataforma comercial robusta com ferramentas avançadas de análise espacial, modelagem e geoprocessamento.
Funcionalidades:
Criação de mapas geológicos e temáticos
Integração com bancos de dados e imagens de satélite
Ferramentas de interpolação, análise preditiva e machine learning
Interface: Profissional, com suporte a desktop, web e mobile
Vantagens:
Ampla documentação e suporte técnico
Ideal para grandes projetos com múltiplas fontes de dados
Compatível com padrões OGC e interoperável com outras plataformas
2. MapInfo Discover – Datamine
Características: MapInfo Pro com extensão especializada Discover, voltada para geociências.
Funcionalidades:
Mapeamento geológico, análise de dados superficiais e de sondagem
Visualização de dados em 2D e 3D com módulo Discover 3D
Ferramentas para lidar com grandes volumes de dados espaciais
Interface: Clássica e estável, com integração ao outros softwares,
Vantagens:
Forte em compilação de dados de campo
Suporte a coleta móvel com Discover Mobile
Ideal para projetos de exploração e meio ambiente
3. FlyPix AI
Características: Plataforma baseada em inteligência artificial para análise de imagens de satélite.
Funcionalidades:
Detecção de zonas de alteração mineral por bandas espectrais
Geração de máscaras vetoriais e mapas preditivos
Integração com drones e dados multiespectrais
Interface: Web interativa com visualizações temporais
Vantagens:
Alta precisão na identificação de alvos exploratórios
Ideal para projetos em áreas remotas ou de difícil acesso
Esses softwares representam o estado da arte em inteligência geoespacial aplicada à Exploração Mineral e Mineração.
Softwares GIS Gratuitos para Exploração Mineral:
Alguns softwares GIS são gratuitos e oferecem recursos bastante robustos para análise espacial e integração de dados geológicos. Aqui estão os principais:
1. QGIS
Tipo: Código aberto (open source)
Plataforma: Windows, Linux, macOS
Vantagens:
Totalmente gratuito, sem limitações de uso
Suporte a plugins geológicos e modelagem 3D
Integração com PostGIS, GRASS GIS, SAGA e Python
Comunidade ativa e atualizações frequentes
Aplicabilidade: Ideal para mapeamento geológico, interpolação de dados de sondagem, análise geoquímica e integração com bancos de dados geocientíficos.
2. gvSIG
Tipo: Código aberto
Plataforma: Windows, Linux
Vantagens:
Gratuito e com foco em geoprocessamento
Suporte a múltiplos formatos de dados
Ferramentas de edição topológica e análise espacial
Aplicabilidade: Projetos acadêmicos, públicos e ambientais com foco em geologia regional e cartografia temática.
3. SAGA GIS
Tipo: Código aberto
Plataforma: Windows, Linux
Vantagens:
Especializado em análise raster e modelagem de terreno
Ferramentas avançadas de interpolação e hidrologia
Aplicabilidade: Análise de relevo, drenagem, alteração hidrotermal e integração com dados geofísicos.
4. GRASS GIS
Tipo: Código aberto
Plataforma: Windows, Linux, macOS
Vantagens:
Extensa biblioteca de algoritmos geoespaciais
Suporte a modelagem temporal e espacial complexa
Aplicabilidade: Projetos de geologia estrutural, modelagem de processos naturais e integração com sensores remotos.
Esses softwares gratuitos são altamente eficientes e podem ser integrados com ferramentas comerciais como Leapfrog, ArcGIS ou bancos de dados como acQuire e MX Deposit.
📚 Bibliografia indicada sobre GIS (ou SIG):
📘 Büchi, A.; Novo, T. A.; Calazans, P. M. P.; Seoane, J. C. S.; et al. (2018)
Título: Mapeamento geológico na exploração mineral com uso de SIG e realidade virtual: estudos metodológicos
Editora: Universidade Federal de Minas Gerais – Revista Brasileira de Cartografia
Volume: Vol. 70, Nº 4
Páginas: Artigo completo
Discute o uso de SIGs integrados à realidade virtual para mapeamento geológico tridimensional, com foco em visualização de depósitos minerais e análise espacial.
📗Bonham-Carter, G. F. (1994)
Título: Geographic Information Systems for Geoscientists: Modelling with GIS
Editora: Pergamon / Elsevier
Volume: Computer Methods in the Geosciences – Vol. 13
Páginas: 398 páginas
Obra clássica que detalha a estruturação de bancos de dados geológicos integrados a SIG, com foco em modelagem mineral, análise espacial e interfaces gráficas.
📙 Carranza, E. J. M. (2008)
Título: Geochemical Anomaly and Mineral Prospectivity Mapping in GIS
Editora: Elsevier
Volume: Handbook of Exploration and Environmental Geochemistry – Vol. 11
Páginas: 351 páginas
Explora bancos de dados geoquímicos e espaciais para mapeamento de anomalias e modelagem prospectiva, com aplicações diretas em exploração mineral.
📘 Câmara, G.; Davis, C. (2001)
Título: Introdução à Ciência da Geoinformação
Editora: INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
Volume: Série Didática
Páginas: 120 páginas
Livro introdutório sobre SIGs, com foco em estrutura de dados espaciais, modelagem geográfica, bancos de dados georreferenciados e aplicações em planejamento territorial e mineração.
📗Tomlinson, R. F. (1963)
Título: A Geographic Information System for Regional Planning
Editora: Department of Forestry and Rural Development, Government of Canada
Volume: Relatório Técnico
Páginas: 59 páginas
Este relatório pioneiro descreve o desenvolvimento do primeiro sistema de informação geográfica computadorizado, criado para apoiar o planejamento regional no Canadá. Tomlinson propôs a estrutura conceitual de um sistema capaz de armazenar, analisar e visualizar dados geográficos — estabelecendo as bases para os SIG modernos.
📙 Tomlinson, R. F. (2007)
Título: Thinking About GIS: Geographic Information System Planning for Managers
Editora: ESRI Press
Volume: 4ª edição
Páginas: 256 páginas
Livro voltado à gestão de projetos GIS, com foco em planejamento, estruturação de bancos de dados, definição de interfaces e integração com sistemas corporativos. Embora não seja específico para Exploração Mineral ou Mineração, oferece fundamentos aplicáveis à estruturação de SIGs geológicos.
📘 Longley, P. A.; Goodchild, M. F.; Maguire, D. J.; Rhind, D. W. (2015)
Título: Geographic Information Science and Systems
Editora: John Wiley & Sons
Volume: 4ª edição
Páginas: 496 páginas
Obra clássica e abrangente que trata dos fundamentos científicos, técnicos e práticos dos sistemas de informação geográfica. Explica estrutura de dados, modelagem espacial, análise geográfica, interfaces de usuário e aplicações em diversas áreas, incluindo geociências.


